Abstract
Desde o século XVI, os tratados portugueses de teoria musical, de retórica e de poética evidenciam as propriedades sonoras da língua, fundamentalmente daquela em que se encontram escritos. A língua, na sua dimensão acústica, abre-se aos ritmos, aos silêncios, à duração.
Ainda que os referidos tratados se centrem na elocutio e na actio, apresentam a receção do texto como objetivo da enunciação. Estar à escuta da língua pressupõe uma experiência acusmática da palavra, momento em que a vibração sonora exterior se converte em espaço de ressonância interior. Como se a língua não fosse mais do que simples corpo sonoro musical em movimento, onde, como refere João de Barros em 1540 no Diálogo em Louvor da Nossa Linguagem, «todalas excellentes consonâncias» se acham.
Ainda que os referidos tratados se centrem na elocutio e na actio, apresentam a receção do texto como objetivo da enunciação. Estar à escuta da língua pressupõe uma experiência acusmática da palavra, momento em que a vibração sonora exterior se converte em espaço de ressonância interior. Como se a língua não fosse mais do que simples corpo sonoro musical em movimento, onde, como refere João de Barros em 1540 no Diálogo em Louvor da Nossa Linguagem, «todalas excellentes consonâncias» se acham.
Original language | Portuguese |
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Pages | 1-8 |
Number of pages | 8 |
Publication status | Published - 2014 |
Event | Tempo, espaço e identidade na cultura portuguesa. : 40 Anos de Estudos Lusófonos na Roménia: Desafios e Perspetivas - Universidade de Bucareste, Bucareste, Romania Duration: 11 Apr 2014 → 12 Apr 2014 |
Conference
Conference | Tempo, espaço e identidade na cultura portuguesa. |
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Country/Territory | Romania |
City | Bucareste |
Period | 11/04/14 → 12/04/14 |
Keywords
- Intersemiótica
- teoria da escuta
- retórica literária e musical
- tratados literários e musicais portugueses