Variação da sobreposição longitudinal e lateral entre imagens obtidas por UAV e utilização de GCP na melhoria da qualidade dos dados

Nos últimos anos tem-se assistido a um crescente reconhecimento da utilidade, usabilidade e importância que os UAV (Unmanned Aerial Vehicles) assumem na aquisição de dados geoespaciais de baixo custo, elevado detalhe e intervalo temporal muito reduzido. Os UAV possuem um enorme potencial na obtenção de produtos como o MDS (Modelo Digital de Superfície), o MDT (Modelo Digital de Terreno), Ortofotomapas ou curvas de nível, dados que suportam posteriormente a criação de nova informação geográfica. No entanto, esta informação apenas pode ser considerada com valor caso respeite os princípios de rigor, qualidade e exactidão posicional exigidos às restantes plataformas de obtenção de dados.
A comunicação centra-se em dois desafios que decorrem dos levantamentos por UAV quanto à qualidade e exactidão posicional para a produção de informação geográfica. É realizada uma análise a algumas das variáveis que influenciam estes resultados e produtos derivados, baseada na utilização de GCP (Ground Control Points) e navariação da sobreposição longitudinal e lateral entre imagens de dois voos distintos realizados em Almada (praia da Fonte da Telha).
Para controlo de qualidade desta informação geográfica, para além de pontos levantados no terreno, foi ainda utilizado o levantamento LiDAR (2011) da DGT (Direção-Geral do Território).
Os resultados revelam a importância dos GCP na melhoria muito significativa da exactidão posicional dos produtos derivados dos voos realizados. Aponta-se, ainda, para uma relação causa-efeito entre a qualidade dos produtos, em particular do ortofotomapa, e a sobreposição longitudinal e lateral com que as imagens aéreas são obtidas. Este facto, evidencia a importância do planeamento do voo bem como dos métodos ideais a utilizar para a aquisição de informação com a qualidade desejada, a partir das fotografias adquiridas por UAV.