Abstract
Neste artigo contamos a história de baleias que entraram
e arrojaram no estuário do Tejo, em dois momentos e contextos históricos distintos. Iremos abordar a baleia avistada nas
vésperas do terramoto de 1531 e a baleia arrojada em 1723, criando uma narrativa que permite interrelacionar a existência dos animais - sua ocorrência, vida e morte – com a das pessoas de Lisboa ribeirinha da época moderna. Utilizamos uma abordagem integradora da análise das fontes históricas documentais e iconográficas e das produções literárias e artísticas que lhes estejam associadas. Utilizamos ainda a voz e a perspetiva da baleia, tornando-a mais do que o objeto e sujeito da
narrativa, um dos agentes co-construtores da história. Este é um
método de trabalho e de comunicação enquadrado nas Humanidades Ambientais. Conceptualizamos a baleia-entidade numa abordagem que extrapola a existência real e biológica destes animais, revertendo-a para constructo cultural ou ‘realidade imaginada’. Assim, a baleia torna-se caleidoscópica. Na baleia, passam a existir vários mundos, todos os mundos mais-do-que-humanos, todos os tempos, geografias ne sentidos. A baleia é, para nós, um hiper-objeto.
e arrojaram no estuário do Tejo, em dois momentos e contextos históricos distintos. Iremos abordar a baleia avistada nas
vésperas do terramoto de 1531 e a baleia arrojada em 1723, criando uma narrativa que permite interrelacionar a existência dos animais - sua ocorrência, vida e morte – com a das pessoas de Lisboa ribeirinha da época moderna. Utilizamos uma abordagem integradora da análise das fontes históricas documentais e iconográficas e das produções literárias e artísticas que lhes estejam associadas. Utilizamos ainda a voz e a perspetiva da baleia, tornando-a mais do que o objeto e sujeito da
narrativa, um dos agentes co-construtores da história. Este é um
método de trabalho e de comunicação enquadrado nas Humanidades Ambientais. Conceptualizamos a baleia-entidade numa abordagem que extrapola a existência real e biológica destes animais, revertendo-a para constructo cultural ou ‘realidade imaginada’. Assim, a baleia torna-se caleidoscópica. Na baleia, passam a existir vários mundos, todos os mundos mais-do-que-humanos, todos os tempos, geografias ne sentidos. A baleia é, para nós, um hiper-objeto.
Original language | Portuguese |
---|---|
Pages (from-to) | 140-155 |
Number of pages | 15 |
Journal | SCAENA |
Volume | 3 |
Publication status | Published - Feb 2022 |
Keywords
- Marine Environmental History
- Environmental Humanities
- Whales