Abstract
Malaca, uma das mais valiosas possessões orientais da Coroa portuguesa, ocupava uma posição singular na costa ocidental da Península Malaia, num ponto de cruzamento de rotas, culturas, interesses e esferas de influência. Peça essencial na orgânica do Estado da Índia, Malaca, por razões geográficas, ecológicas e estratégicas viveu quase sempre num ambiente de cerco, rodeada por potentados asiáticos hostis, que periodicamente tentavam desalojar os portugueses. A União Ibérica, se num primeiro momento veio contribuir para o crescimento e a prosperidade desta cidade portuária, teve a prazo consequências desastrosas, por força da chegada ao mundo oriental de outras potências europeias, e nomeadamente dos holandeses. Estabelecidos na vizinha ilha de Java, os holandeses fizeram de Malaca um alvo prioritário dos seus ataques, ao mesmo tempo que assediavam a navegação lusitana que cruzava os Estreitos de Malaca e de Singapura. As relações entre Malaca e Manila, mesmo durante a União Ibérica, nunca permitiram a organização de uma frente comum contra os holandeses, que acabariam por conquistar a praça luso-malaia em 1641.
Original language | Portuguese |
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Pages (from-to) | 1-14 |
Number of pages | 13 |
Journal | e-Spania: Revue interdisciplinaire d’études hispaniques médiévales et modernes |
Volume | 25 |
Publication status | Published - 2016 |
Keywords
- Estado da Índia
- Países Baixos
- Fortalezas
- Cidades portuárias
- Cidades ibéricas
- Século XVI
- Século XVII
- Manila
- União Ibérica
- Malaca