Abstract
Nas últimas décadas, a inscrição do animal na literatura tem assumindo novos contornos e complexidades, assistindo-se à emergência de uma zooliteratura fundada numa apreensão inédita da animalidade e no trespassamento das fronteiras entre o humano e o não humano. Cada vez mais, os escritores têm multiplicado as tentativas de encenar, por procuração ficcional, novas formas de interação com o animal, seja pela via do compartilhamento de sentidos e afetos, seja pela dos devires e metamorfoses. Neste contexto, a ficção animalista do escritor brasileiro João Guimarães Rosa, um dos maiores animalistas do século XX, constitui um paradigma modelar da figuração literária do animal, visto e escrito, não como simples constructo teórico-ficcional, mas antes como sujeito dotado de uma subjetividade própria e capaz de um olhar interrogante e judicativo sobre o Homem. É o que se tentará demonstrar, neste trabalho, através da leitura crítica de três dos seus contos: “O burrinho pedrês” e “Conversa de bois”, de Sagarana (1946), e “Meu tio o Iauaretê”, de Estas estórias (1969).
Translated title of the contribution | The Animal Fiction of Joao Guimaraes Rosa at a Glance: Becomings and Metamorphoses |
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Original language | Portuguese |
Pages (from-to) | 99-115 |
Number of pages | 16 |
Journal | CALIGRAMA-REVISTA DE ESTUDOS ROMANICOS |
Volume | 25 |
Issue number | 2 |
DOIs | |
Publication status | Published - 2020 |
Keywords
- animal
- human
- interaction
- sharing
- becomings
- metamorphosis