Abstract
Em seu legado bibliográfico, Jorge Peixinho (1940-1995) desenvolve uma linha de pensamento que sinaliza sua dupla experiência enquanto compositor e intérprete. Estas duas instâncias do fazer musical não se dissociam no plano das ideias, tão pouco no plano criativo, dotando sua reflexão sobre a criação musical uma reflexão também sobre a própria interpretação musical. Este aspecto
é particularmente importante para compreendermos sua obra para piano, uma vez que, enquanto pianista, o instrumento parece transformar-se num laboratório de experiências sonoras e estilísticas.
Ao se referir sobre seu Estudo V, Peixinho explica que:
Como qualquer Estudo que se preze, e tomando como referência histórica os exemplos magistrais de Chopin, Liszt ou Debussy, uma peça com este título deve conter dois vetores fundamentais, a saber: ser um "estudo" simultaneamente de execução para o instrumento respectivo (neste e naqueles casos, o piano) e para o compositor igualmente, como laboratório de novas experiências e dilatação dos seus limites técnico-expressivos (PEIXINHO, 1994: p. 74).
Em seus Estudos para piano, o idiomatismo instrumental reivindica o estatuto de elemento estruturador evidenciando não apenas o interesse do compositor pela expansão de recursos técnicos e expressivos, como também pela tradição que os constituiu. Assim, interessa-nos, no âmbito da presente proposta de comunicação com performance, demonstrar como o compositor equaciona no Estudo I (1969) e no Estudo V (1992), a eminente tensão entre tradição e liberdade criadora ou aquilo que o próprio compositor denominou de “dialética da adaptação” (PEIXINHO in COELHO, 2005: p. 08). Serão problematizados elementos como notação, uso do pedal, sonoridades miméticas, dentre outros. Para tal recorremos a ASSIS (2012, 2010), CARVALHO (2007), DELGADO (2006), FERREIRA (2002), MACHADO (2002), PEIXINHO (1994), TAVEIRA (2013), TELLES (2015).
é particularmente importante para compreendermos sua obra para piano, uma vez que, enquanto pianista, o instrumento parece transformar-se num laboratório de experiências sonoras e estilísticas.
Ao se referir sobre seu Estudo V, Peixinho explica que:
Como qualquer Estudo que se preze, e tomando como referência histórica os exemplos magistrais de Chopin, Liszt ou Debussy, uma peça com este título deve conter dois vetores fundamentais, a saber: ser um "estudo" simultaneamente de execução para o instrumento respectivo (neste e naqueles casos, o piano) e para o compositor igualmente, como laboratório de novas experiências e dilatação dos seus limites técnico-expressivos (PEIXINHO, 1994: p. 74).
Em seus Estudos para piano, o idiomatismo instrumental reivindica o estatuto de elemento estruturador evidenciando não apenas o interesse do compositor pela expansão de recursos técnicos e expressivos, como também pela tradição que os constituiu. Assim, interessa-nos, no âmbito da presente proposta de comunicação com performance, demonstrar como o compositor equaciona no Estudo I (1969) e no Estudo V (1992), a eminente tensão entre tradição e liberdade criadora ou aquilo que o próprio compositor denominou de “dialética da adaptação” (PEIXINHO in COELHO, 2005: p. 08). Serão problematizados elementos como notação, uso do pedal, sonoridades miméticas, dentre outros. Para tal recorremos a ASSIS (2012, 2010), CARVALHO (2007), DELGADO (2006), FERREIRA (2002), MACHADO (2002), PEIXINHO (1994), TAVEIRA (2013), TELLES (2015).
Original language | Portuguese |
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Pages | 12-13 |
Number of pages | 2 |
Publication status | Published - 2018 |
Event | VIII ENIM: Encontro de Investigação em Música - Escola Superior de Educação do Porto, Porto, Portugal Duration: 8 Nov 2018 → 10 Nov 2018 Conference number: VIII http://www.spimusica.pt/ |
Conference
Conference | VIII ENIM |
---|---|
Abbreviated title | ENIM |
Country/Territory | Portugal |
City | Porto |
Period | 8/11/18 → 10/11/18 |
Internet address |
Keywords
- Piano
- Jorge Peixinho
- Tradição
- Liberdade criadora