Abstract
O trabalho de compositor é um trabalho de planeamento, de uma projecção no futuro. Tal como a improvisação pode ser considerada composição em tempo real, a composição no sentido tradicional remete-nos a uma ideia de tempo projectado, tempo diferido. O compositor, no papel de projectista, evita o tempo real que é o da performance. O seu trabalho passa-se num espaço privado, é um trabalho de mesa, longe da audiência e do nervosismo da oportunidade única (do erro), e da pressão da exposição pública. No entanto, o acto de compor constitui uma actividade com uma ontologia própria que se manifesta no registo, seja a partitura, desenho, escrita, ou na criação de peças em suporte digital. O trabalho de mesa, torna-se performativo (trabalho de palco) com uma mesa de trabalho que sonoriza (e expõe visualmente) o gesto da escrita. O trabalho do compositor passa a ser não uma projecção, mas uma realização sonora e visual, uma partitura em tempo real, ou um poema visual e sonoro.
Original language | Portuguese |
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Publication status | Published - Apr 2017 |
Event | Dois Acontecidos happenings & outras performatividades - Escola Superior de Música de Lisboa , Portugal Duration: 21 Apr 2017 → … |
Conference
Conference | Dois Acontecidos happenings & outras performatividades |
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Country/Territory | Portugal |
Period | 21/04/17 → … |
Keywords
- Compositor
- Trabalho de mesa
- Planeamento
- Improviso
- Performance