Abstract
À desvalorização do trabalho artístico e aos baixos rendimentos que este proporciona, juntam-se os processos de gentrificação
a acontecer nas cidades, que contribuem para o levantamento de obstáculos adicionais à comunidade artística em encontrar
habitação e espaços de trabalho acessíveis. Neste artigo, analisamos a separação como estratégia de resistência tendo em
conta a posição do artista no contexto do capitalismo contemporâneo. 1 Como estudo de caso, abordamos o projecto OT301 em Amesterdão, um colectivo que ocupou uma antiga escola de cinema em 1999, de forma a colmatar a falta de espaços para os artistas na cidade. O OT301 combina habitação, ateliers e espaço público e procura ser um espaço alternativo para artes e
política, focado na subcultura e afirmando o seu distanciamento face ao Estado e instituições hegemónicas. O OT301 estabe-
leceu-se como um marco da auto-organização e resistência colectiva dos artistas e garantiu o seu futuro através da proprie-
dade colectiva. Do debate sobre as decisões tomadas e os resultados obtidos procuramos retirar informação relevante desta
experiência e identificar algumas acções que possam ter aplicabilidade noutros contextos.
Not only is artistic labour already undervalued and underpaid, but also gentrification processes taking place across the globe are contributing to further obstacles for the artistic community in finding affordable places where to live and work. In this article we analyse separation as a resistance strategy regarding the artist’s position within contemporary capitalism. As a case study, we discuss OT301’s project in Amsterdam, a collective which squatted a former film school in 1999 in order to fight against the shortage of affordable spaces for artists in the city and combining housing, art studios and public space. It intends to be an alternative space for arts and politics, focusing on subculture and stating a distance from the state and hegemonic institutions. The OT301 has established itself as a cornerstone of artists’ self-organization and resistance and ensured its future through collective ownership. By discussing what steps were taken and what outcomes were achieved, we aim to learn from this experience and identify some actions that could also be applied to other contexts.
a acontecer nas cidades, que contribuem para o levantamento de obstáculos adicionais à comunidade artística em encontrar
habitação e espaços de trabalho acessíveis. Neste artigo, analisamos a separação como estratégia de resistência tendo em
conta a posição do artista no contexto do capitalismo contemporâneo. 1 Como estudo de caso, abordamos o projecto OT301 em Amesterdão, um colectivo que ocupou uma antiga escola de cinema em 1999, de forma a colmatar a falta de espaços para os artistas na cidade. O OT301 combina habitação, ateliers e espaço público e procura ser um espaço alternativo para artes e
política, focado na subcultura e afirmando o seu distanciamento face ao Estado e instituições hegemónicas. O OT301 estabe-
leceu-se como um marco da auto-organização e resistência colectiva dos artistas e garantiu o seu futuro através da proprie-
dade colectiva. Do debate sobre as decisões tomadas e os resultados obtidos procuramos retirar informação relevante desta
experiência e identificar algumas acções que possam ter aplicabilidade noutros contextos.
Not only is artistic labour already undervalued and underpaid, but also gentrification processes taking place across the globe are contributing to further obstacles for the artistic community in finding affordable places where to live and work. In this article we analyse separation as a resistance strategy regarding the artist’s position within contemporary capitalism. As a case study, we discuss OT301’s project in Amsterdam, a collective which squatted a former film school in 1999 in order to fight against the shortage of affordable spaces for artists in the city and combining housing, art studios and public space. It intends to be an alternative space for arts and politics, focusing on subculture and stating a distance from the state and hegemonic institutions. The OT301 has established itself as a cornerstone of artists’ self-organization and resistance and ensured its future through collective ownership. By discussing what steps were taken and what outcomes were achieved, we aim to learn from this experience and identify some actions that could also be applied to other contexts.
Original language | Portuguese |
---|---|
Pages (from-to) | 36-46 |
Number of pages | 10 |
Journal | Cadernos de Arte Pública |
Volume | 2 |
Issue number | 1 |
DOIs | |
Publication status | Published - 30 Dec 2020 |
Keywords
- Espaço urbano
- Ocupação
- separação
- Resistência
- Colectivismo
- Autonomia