Abstract
Em Novembro de 1950, Raul Leal escreve a Almada Negreiros, com o pretexto de o felicitar pela recente publicação do opúsculo intitulado A Chave Diz: Faltam Duas Tábuas e Meia de Pintura no Todo da Obra de Nuno Gonçalves, onde expõe o resultado de uma longa pesquisa, na sequência da descoberta que fizera, em
Janeiro de 1926, de que a distribuição dessas tábuas se fazia em número perfeito, a que os gregos chamavam Téleon. Na sua carta, Raul Leal regozija-se pela (re)descoberta do cânone, tecendo considerações acerca do modo como Almada soube actualizar o antiquíssimo Téleon, e corroborando a ideia de que se trata de uma regra viva, da qual decorre a estrutura ideal em que assenta uma Grande Mensagem de um Povo ou de um Complexo de Povos, que só o Artista Criador pode interpretar. Raul Leal não só capta o essencial da exposição de Almada, como, de certa maneira, comenta, amplia e dá continuidade ao
pensamento almadiano. Assistimos, assim, a um estimulante “diálogo” entre dois antigos companheiros de Orpheu, que, seguindo embora raciocínios diversos e aparentemente divergentes, nesta carta se reencontram.
In this paper I will address the choice of Almada Negreiros for the opening of the ACARTE department at CAM, Gulbenkian, in 1984. I would like to relate this choice to some of the departmment’s programmatic lines, such as interdisciplinarity, modernity and cosmopolitism. For that I will revisit ACARTE’s
archive of “Ciclo Almada, ACARTE 1984” questioning it under the light of Andre Lepecki’s interpretation of Almada’s figure in Dancing Without the colonial mirror: modernity, dance and nation in the works of Vera Mantero and Francisco Camacho (1985-1997).
Janeiro de 1926, de que a distribuição dessas tábuas se fazia em número perfeito, a que os gregos chamavam Téleon. Na sua carta, Raul Leal regozija-se pela (re)descoberta do cânone, tecendo considerações acerca do modo como Almada soube actualizar o antiquíssimo Téleon, e corroborando a ideia de que se trata de uma regra viva, da qual decorre a estrutura ideal em que assenta uma Grande Mensagem de um Povo ou de um Complexo de Povos, que só o Artista Criador pode interpretar. Raul Leal não só capta o essencial da exposição de Almada, como, de certa maneira, comenta, amplia e dá continuidade ao
pensamento almadiano. Assistimos, assim, a um estimulante “diálogo” entre dois antigos companheiros de Orpheu, que, seguindo embora raciocínios diversos e aparentemente divergentes, nesta carta se reencontram.
In this paper I will address the choice of Almada Negreiros for the opening of the ACARTE department at CAM, Gulbenkian, in 1984. I would like to relate this choice to some of the departmment’s programmatic lines, such as interdisciplinarity, modernity and cosmopolitism. For that I will revisit ACARTE’s
archive of “Ciclo Almada, ACARTE 1984” questioning it under the light of Andre Lepecki’s interpretation of Almada’s figure in Dancing Without the colonial mirror: modernity, dance and nation in the works of Vera Mantero and Francisco Camacho (1985-1997).
Original language | Portuguese |
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Pages (from-to) | 270-274 |
Number of pages | 5 |
Journal | Revista de História da Arte |
Volume | 2 |
Publication status | Published - 2015 |
Keywords
- Téleon
- Cânone
- Painéis
- Número
- Paracletianismo