Rota do Românico: Um Projecto de Coesão Territorial

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Abstract

existência de um importante património românico associado aos alvores da Nacionalidade, que constitui não só um vestígio fundamental de uma memória coletiva, mas também um recurso fundamental para a qualificação cultural e turística do território, esteve na origem de uma estratégia de coesão territorial: a Rota do Românico. Recuemos até 1998. Dá‐se início a um processo de inventariação do património românico do Vale do Sousa com o propósito de criar uma rota turística. Os constrangimentos financeiros impediram o avanço do projeto, pelo que foi necessário aguardar até 2000 para encontrar um modelo de intervenção no território do Vale do Sousa. Três anos mais tarde, é elaborado um estudo com o objetivo de dar resposta às questões que iam despontando: o projeto teria como foco apenas a reabilitação dos monumentos, ou avançaria para uma solução estruturada que culminaria na criação de um produto turístico? Cedo se percebeu que o projeto não se poderia circunscrever à primeira, mas novas questões se impunham: o produto turístico resumir‐se‐ia a um conjunto de monumentos visitáveis em rede ou proporcionaria uma viagem pela história? Foi necessária uma década para maturar um projeto que seria publicamente apresentado em 2008. Encetaram‐se desafios, colheram‐se experiências e, dois anos mais tarde, foi reconhecido nacional e internacionalmente. Em 2010 a Rota do Românico deu mais um passo na sua consolidação territorial, alargandose a mais seis municípios e (re)unindo num projeto supramunicipal um legado comum. Atualmente é composta 58 monumentos, distribuídos por 12 municípios. Apesar do alargamento, a missão mantém‐se. A requalificação do património continua a ser uma das grandes prioridades, mas pretende‐se cimentar outras componentes: reforçar a vertente turística e cultural, apostar num programa de educação patrimonial, promover o envolvimento da comunidade e converter o recém‐criado Centro de Estudos do Românico e do Território num polo de produção e disseminação de conhecimentos. Volvidos 15 anos, pode‐se afirmar que a Rota do Românico tem representado um grande desafio para esta região. Assumindo‐se como um projeto coesão territorial, tem contribuído para afirmar o Tâmega e Sousa como o destino português do românico. Embora não tenha a pretensão de resolver todos os problemas estruturais do território, tem dado um forte contributo nesse sentido, visível na crescente procura turística e no papel ativo que tem vindo a desempenhar na dinâmica socioeconómica da região.
Original languageUnknown
Title of host publication19th APDR Congress on Place-Based Policies and Economic Recovery
Place of PublicationBraga
PublisherUniversidade do Minho - APDR
Pages250-253
ISBN (Print)978-989-96353-8-8
Publication statusPublished - 1 Jan 2013

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