Revivalismos heráldicos novecentistas: os painéis de azulejos do palácio da Rosa

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Abstract

Em 1888, a herdeira da Casa de Castelo Melhor casou com o 3.º visconde da Várzea. Em 1901, ambos assumiram o título de marqueses de Castelo Melhor – ela por direito próprio, ele por casamento. Como o palácio próprio destes titulares, ao Passeio Público, havia sido vendido ao marquês da Foz, o casal instalara-se no palácio da Rosa (cuja fundação medieval remontava à estirpe dos Nogueiras, alcaides-mores de Lisboa), que pertencia à marquesa por herança da Casa de Ponte de Lima. Promoveu-se então uma profunda renovação deste palácio – renovação que de algum modo pretendia transmitir uma ansiada fulguração nova destas antigas Casas. Para o pátio e para algumas das salas de aparato, foram encomendados ao artista Pereira Cão, em 1904, uma série de painéis de azulejos que retratavam as principais representações genealógicas e nobiliárquicas que convergiam no casal titular. Cada um dos ramos escolhidos via-se figurado por três tipologias: a respectiva heráldica; bustos de antepassados ilustres; e figuração dos seus feitos mais memoráveis. Assim se procurou construir, no ocaso da monarquia e da preponderância social das velhas Casas titulares, um derradeiro revivalismo heráldico que pretendia vincar a antiguidade e o valor destas estirpes.
Original languagePortuguese
Title of host publicationCastelo Melhor e os seus tempos
EditorsNuno Gonçalo Monteiro, Ana Leal de Faria
Place of PublicationSão Paulo
PublisherAtlantica
Pages217-256
Number of pages39
ISBN (Print)978-989-8068-31-6
Publication statusPublished - 2021

Keywords

  • Heraldry
  • Nobility
  • Revivalisms
  • Medievalism

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