Abstract
O ano de 2022, além de ter marcado o bicentenário da independência do Brasil,
também revisitou, partindo das mais diversas perspectivas, a Semana de arte Moderna de1922. Neste repensar a Semana e, essencialmente, o impacto que a mesma exerceu em termos estéticos e culturais na sociedade brasileira, surgem diferentes pontos de vista nos quais as noções de arte “vanguardista”, “moderna” e “verdadeiramente nacional” são colocadas em causa. Em discursos opostos, como é o caso, por exemplo, do musicólogo José Miguel Wisnik e do jornalista Ruy Castro, questiona-se o protagonismo de São Paulo e do chamado “Grupo dos 5” em detrimento do cenário cosmopolita do Rio de Janeiro.
Tal problemática, dentre outras exploradas nos debates mais atuais, evoca gêneros musicais em ascensão, como o samba, e a reestruturação de uma identidade musical erudita, como no caso de Villa-Lobos, chamando a atenção para as questões de hierarquia no cenário musical brasileiro e, assim, do silenciamento de certos grupos e gêneros musicais em determinadas narrativas “modernistas”. Nesse sentido, neste trabalho pretendo fazer uma análise do papel da música nas discussões contemporâneas sobre o
repensar do modernismo no Brasil a partir da Semana de 22. Para esta reflexão, tenho em conta, especialmente, o discurso de Mário de Andrade, como interveniente indispensável para compreender música e modernismo no Brasil de 1920; a literatura sobre história da música brasileira; e os discursos contemporâneos que procuram revisitar as consistências e inconsistências de uma estética marcante e, talvez, ainda viva no imaginário artísticonacional.
também revisitou, partindo das mais diversas perspectivas, a Semana de arte Moderna de1922. Neste repensar a Semana e, essencialmente, o impacto que a mesma exerceu em termos estéticos e culturais na sociedade brasileira, surgem diferentes pontos de vista nos quais as noções de arte “vanguardista”, “moderna” e “verdadeiramente nacional” são colocadas em causa. Em discursos opostos, como é o caso, por exemplo, do musicólogo José Miguel Wisnik e do jornalista Ruy Castro, questiona-se o protagonismo de São Paulo e do chamado “Grupo dos 5” em detrimento do cenário cosmopolita do Rio de Janeiro.
Tal problemática, dentre outras exploradas nos debates mais atuais, evoca gêneros musicais em ascensão, como o samba, e a reestruturação de uma identidade musical erudita, como no caso de Villa-Lobos, chamando a atenção para as questões de hierarquia no cenário musical brasileiro e, assim, do silenciamento de certos grupos e gêneros musicais em determinadas narrativas “modernistas”. Nesse sentido, neste trabalho pretendo fazer uma análise do papel da música nas discussões contemporâneas sobre o
repensar do modernismo no Brasil a partir da Semana de 22. Para esta reflexão, tenho em conta, especialmente, o discurso de Mário de Andrade, como interveniente indispensável para compreender música e modernismo no Brasil de 1920; a literatura sobre história da música brasileira; e os discursos contemporâneos que procuram revisitar as consistências e inconsistências de uma estética marcante e, talvez, ainda viva no imaginário artísticonacional.
Original language | Portuguese |
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Pages (from-to) | 1-13 |
Number of pages | 13 |
Journal | Anais do Congresso da Anppom |
Volume | 33 |
Publication status | Published - Oct 2023 |
Keywords
- Semana de arte moderna
- Modernismo brasileiro
- Música moderna
- Nacionalismo