Revestimentos interiores com base em gesso – Efeito da composição e da aplicação na resistência à fendilhação

Os rebocos interiores dos edifícios devem aderir bem ao suporte, apresentar capacidade mecânica adequada às ações a que vão estar sujeitos, não ser nocivos para o ambiente interior e contribuir para o conforto e estética dos espaços onde são aplicados. No entanto, a sua aplicação em interfaces entre suportes distintos resulta frequentemente numa maior suscetibilidade à fendilhação, prejudicando o
desempenho e obrigando a reparações com custos financeiros e utilização limitada dos espaços associados.
Neste artigo avaliam-se os efeitos da incorporação de fibras soltas em argamassas com base em gesso, e procura-se estimar a espessura ideal de aplicação que permita a substituição do uso de redes de reforço em zonas de maior risco de fendilhação. Para tal, analisa-se o aparecimento de fendas nas argamassas de revestimento, com e sem fibras, aplicadas com espessuras variáveis em suportes de tijolo cerâmico e de betão. Verifica-se que a introdução destas fibras contribui para atenuar a
fendilhação e faz-se a comparação com o uso de rede de reforço.
Para além disto, avaliam-se também as tensões de aderência das diferentes soluções, concluindo-se que a incorporação de fibras soltas nas argamassas traduz-se em resultados melhorados para espessuras de aplicação mais baixas.
Conclui-se, ainda, que a incorporação de fibras soltas no seio das argamassas com base em gesso constitui uma boa alternativa ao uso de rede de reforço, com as vantagens adicionais de facilitar a sua aplicação e exigir menos mão de obra.