Abstract
Este relatório refere-se aos trabalhos de registo e análise preliminar da estruturados navios Boa Vista 1 e Boa Vista 2, efectuados entre Abril e Julho de 2013 pelo CHAM no âmbito do protocolo de colaboração com a empresa Era-arqueologia S.A. Este estudo consistiu na análise da documentação de terreno, no inventário e no registo arqueográfico de uma amostra das peças de ambos navios, actualmente armazenadas na Sobreda, em instalações da EDP.
Os trabalhos permitiram verificar que a estrutura do navio Boa Vista 1 era constituída por um número superior a 600 peças de madeira, a maioria dilaceradas e descobertas em contexto secundário. As estruturas correspondem a porção da popa, desde a quilha até à fiada 11/12 do tabuado, na zona de ligação entre os primeiros e segundos braços. Não se conservavam cavernas em conexão, embora estas tenham sido localizadas entre os elementos destroçados do navio. Dos pormenores mais relevantes registados na fase de campo encontra-se: a utilização de uma quilha compósita, com diversos troços ligados topo a topo; a transição entre a quilha e o cadaste com um couce; a utilização de escarvas de dente nas ligações das cavernas aos braços com pregadura em ferro; e a utilização de um sobrecostado, que protegia a quilha e o forro exterior do navio. Entre os materiais registados sobre e na periferia da estrutura apenas podem serassociados a este navio com certezas algumas peças de poleame em madeira.
A estrutura do navio Boa Vista 2, também profundamente perturbada estava conservada ao longo do bordo de bombordo, embora a quilha só subsistisse junto ao troço de proa. Tal como acontecia com o navio Boa Vista 1, as balizas encontravam-se em mau estado de conservação, só surgindo algumas picas em conexão sobre o maciço de proa e alguns fragmentos de braços ao longo da estrutura. Entre os pormenores mais relevantes do navio, registe-se a utilização de uma quilha compósita, com o último troço ligado à roda de proa com uma escarva lisa horizontal; a utilização de terços de chumbo na calafetagem das juntas das tábuas; e a existência de um sobrecostado a proteger aquilha e o forro exterior. Entre os materiais registados sobre e na periferia da estrutura apenas podem ser associados a este navio vários cocos arrumados no seu fundo, sobre ramagens de espécie arbórea ainda não identificada.
A componente material associada aos níveis sedimentares que os protegeram(cachimbos de caulino, faianças e vidros) permite datá-los da transição do século XVII para o século XVIII. Mas a natureza dos depósitos onde foram encontrados não permite sequer determinar a origem arqueológica dos contextos – abandono ou naufrágio –embora ambos se encontrem em espaço submerso até ao século XIX
Os trabalhos permitiram verificar que a estrutura do navio Boa Vista 1 era constituída por um número superior a 600 peças de madeira, a maioria dilaceradas e descobertas em contexto secundário. As estruturas correspondem a porção da popa, desde a quilha até à fiada 11/12 do tabuado, na zona de ligação entre os primeiros e segundos braços. Não se conservavam cavernas em conexão, embora estas tenham sido localizadas entre os elementos destroçados do navio. Dos pormenores mais relevantes registados na fase de campo encontra-se: a utilização de uma quilha compósita, com diversos troços ligados topo a topo; a transição entre a quilha e o cadaste com um couce; a utilização de escarvas de dente nas ligações das cavernas aos braços com pregadura em ferro; e a utilização de um sobrecostado, que protegia a quilha e o forro exterior do navio. Entre os materiais registados sobre e na periferia da estrutura apenas podem serassociados a este navio com certezas algumas peças de poleame em madeira.
A estrutura do navio Boa Vista 2, também profundamente perturbada estava conservada ao longo do bordo de bombordo, embora a quilha só subsistisse junto ao troço de proa. Tal como acontecia com o navio Boa Vista 1, as balizas encontravam-se em mau estado de conservação, só surgindo algumas picas em conexão sobre o maciço de proa e alguns fragmentos de braços ao longo da estrutura. Entre os pormenores mais relevantes do navio, registe-se a utilização de uma quilha compósita, com o último troço ligado à roda de proa com uma escarva lisa horizontal; a utilização de terços de chumbo na calafetagem das juntas das tábuas; e a existência de um sobrecostado a proteger aquilha e o forro exterior. Entre os materiais registados sobre e na periferia da estrutura apenas podem ser associados a este navio vários cocos arrumados no seu fundo, sobre ramagens de espécie arbórea ainda não identificada.
A componente material associada aos níveis sedimentares que os protegeram(cachimbos de caulino, faianças e vidros) permite datá-los da transição do século XVII para o século XVIII. Mas a natureza dos depósitos onde foram encontrados não permite sequer determinar a origem arqueológica dos contextos – abandono ou naufrágio –embora ambos se encontrem em espaço submerso até ao século XIX
Original language | Portuguese |
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Publisher | CHAM |
Number of pages | 61 |
Publication status | Published - Jul 2013 |