Abstract
Os Reis, que começam a ser concebidos ainda em 1964, foram expostos pela primeira vez em 1966, na Galeria Leonhart, de Munique, tendo valido a Costa Pinheiro, nesse ano, o prestigiado Prémio Burda, assim como o Prémio de Pintura de Munique, em 1967. Composta por retratos imaginários de réis, rainhas e príncipes da Reconquista e dos Descobrimentos portugueses, a série foi objecto de uma grande exposição retrospectiva, em 1989, no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, e na Casa de Serralves, no Porto, no ano seguinte.
Numa original conjugação entre a ingenuidade das cartas de jogar e a severidade dos brasões, o pintor apresenta um cortejo de personagens das duas primeiras dinastias da realeza portuguesa. Concebido a partir da distância do exílio pátrio, Costa Pinheiro confrontou a grandeza histórica de um Império outrora cantado por poetas, com a imagem desanimadora de um país à época visto externamente como espaço profundamente serôdio e medíocre, resultado de uma ditadura há muito fora da hora internacional. Construído como montagem pictórica, um espacialimo poético confunde ironicamente lenda, memória e história no mesmo horizonte de representação, levando assim o espectador a perder-se num fascinante labirinto feito de realidades transpostas e ficções entrecruzadas.
A presente exposição reúne na Galeria São Roque um conjunto 82 obras sobre papel e sobre tela. Para além de tornar evidente a originalidade plástica e conceptual desta mitografia feita em forma de irónicas efígies, a mostra desvela o processo criativo de Costa Pinheiro, mapeando pela primeira vez a evolução formal e iconográfica de cada personagem retratada através de um especial enfoque posto nos trabalhos que antecedem as dezoito grandes telas pelas quais o artista obteve amplo reconhecimento nacional e internacional.
Link: https://institutodehistoriadaarte.wordpress.com/2020/07/01/reis-damas-e-valetes-o-imaginario-de-costa-pinheiro/
Numa original conjugação entre a ingenuidade das cartas de jogar e a severidade dos brasões, o pintor apresenta um cortejo de personagens das duas primeiras dinastias da realeza portuguesa. Concebido a partir da distância do exílio pátrio, Costa Pinheiro confrontou a grandeza histórica de um Império outrora cantado por poetas, com a imagem desanimadora de um país à época visto externamente como espaço profundamente serôdio e medíocre, resultado de uma ditadura há muito fora da hora internacional. Construído como montagem pictórica, um espacialimo poético confunde ironicamente lenda, memória e história no mesmo horizonte de representação, levando assim o espectador a perder-se num fascinante labirinto feito de realidades transpostas e ficções entrecruzadas.
A presente exposição reúne na Galeria São Roque um conjunto 82 obras sobre papel e sobre tela. Para além de tornar evidente a originalidade plástica e conceptual desta mitografia feita em forma de irónicas efígies, a mostra desvela o processo criativo de Costa Pinheiro, mapeando pela primeira vez a evolução formal e iconográfica de cada personagem retratada através de um especial enfoque posto nos trabalhos que antecedem as dezoito grandes telas pelas quais o artista obteve amplo reconhecimento nacional e internacional.
Link: https://institutodehistoriadaarte.wordpress.com/2020/07/01/reis-damas-e-valetes-o-imaginario-de-costa-pinheiro/
Original language | Portuguese |
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Publication status | Published - 2020 |