Abstract
No decurso do seu estabelecimento e consolidação, a Egiptologia (ocidental) alimentou a e foi alimentada pela popularidade do Egipto enquanto destino turístico. Num contexto colonial, várias publicações vieram à estampa com vista a dotar as classes mais abastadas de informações práticas relevantes para as suas viagens naquele território. Impressos no Egipto e circulando no Ocidente, tais periódicos concorreram para a veiculação de determinadas percepções do país no estrangeiro, expressando atitudes ambivalentes e diacronicamente mutáveis face ao passado antigo e ao patri- mónio arqueológico, numa permanente dialéctica e negociação entre passado e presente.
A Egypt Exploration Society (EES) alberga um conjunto significativo de revistas de viagem egíp- cias, composto por mais de 70 itens, datadas das décadas de 1920 a 1970. Este intervalo temporal reveste-se de uma particular importância na história contemporânea egípcia, compreendendo acon- tecimentos fundamentais como a independência formal do país em 1922 ou a revolução de 1952 que conduziu à implementação do regime republicano. A sucessão de regimes e lideranças políticas afectou a(s) imagem(ns) do Egipto no estrangeiro, influenciando consequentemente as linhas edito- riais adoptadas pelas várias revistas destinadas a promover o turismo do/no país.
A presente comunicação visa apresentar os resultados de um projecto promovido pela EES, no quadro do qual procedi à digitalização das capas das supra-mencionadas revistas e à investigação dos seus conteúdos e intervenientes. Desta forma, ter-se-ão em linha de conta não só as principais tendências iconográficas patentes nos frontispícios destas publicações, como também os temas mais frequentemente abordados e respectiva evolução, a par dos diversos agentes que para elas produziram. Considerando as mutações verificadas ao longo do tempo, tentar-se-á compreender em que medida é que o passado antigo foi (ou não) mobilizado nestas publicações em dinâmicas de (re)imaginação de determinadas ideias de “Egipto” junto das elites ocidentais entre o segundo e quarto quartéis do século XX.
A Egypt Exploration Society (EES) alberga um conjunto significativo de revistas de viagem egíp- cias, composto por mais de 70 itens, datadas das décadas de 1920 a 1970. Este intervalo temporal reveste-se de uma particular importância na história contemporânea egípcia, compreendendo acon- tecimentos fundamentais como a independência formal do país em 1922 ou a revolução de 1952 que conduziu à implementação do regime republicano. A sucessão de regimes e lideranças políticas afectou a(s) imagem(ns) do Egipto no estrangeiro, influenciando consequentemente as linhas edito- riais adoptadas pelas várias revistas destinadas a promover o turismo do/no país.
A presente comunicação visa apresentar os resultados de um projecto promovido pela EES, no quadro do qual procedi à digitalização das capas das supra-mencionadas revistas e à investigação dos seus conteúdos e intervenientes. Desta forma, ter-se-ão em linha de conta não só as principais tendências iconográficas patentes nos frontispícios destas publicações, como também os temas mais frequentemente abordados e respectiva evolução, a par dos diversos agentes que para elas produziram. Considerando as mutações verificadas ao longo do tempo, tentar-se-á compreender em que medida é que o passado antigo foi (ou não) mobilizado nestas publicações em dinâmicas de (re)imaginação de determinadas ideias de “Egipto” junto das elites ocidentais entre o segundo e quarto quartéis do século XX.
Original language | Portuguese |
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Pages | 31-31 |
Number of pages | 1 |
Publication status | Published - Jun 2023 |
Event | II Congresso Iberoamericano de Jovens Investigadores em Egiptologia - Barcelona, Spain Duration: 26 Jun 2023 → 29 Jun 2023 |
Conference
Conference | II Congresso Iberoamericano de Jovens Investigadores em Egiptologia |
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Country/Territory | Spain |
City | Barcelona |
Period | 26/06/23 → 29/06/23 |
Keywords
- Humanidades Digitais
- Imprensa
- Recepção da Antiguidade
- Turismo
- Egipto Antigo