Abstract
Na fase pós-1945, a assistência técnica surge como a resposta das agências internacionais e de regimes coloniais aos problemas de «sub-desenvolvimento» de territórios vários, muitos dos quais ainda integrados nos espaços imperiais. A Comissão de Cooperação Técnica na África a Sul do Saara (CCTA) foi criada em 1950 para condicionar e controlar a acção de agências especializadas da Organização das Nações Unidas (ONU) na África sub-Saariana. A CCTA antecipou o estabelicimento do AFRO, o bureau regional da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a região africana em 1952. O Reino Unido, a França, a Bélgica e Portugal pretenderam reforçar a defesa da sua legitimidade imperial, e condicionar a ação do AFRO na área da saúde nos respectivos espaços africanos sob o seu domínio. Este capítulo procura recuperar e contextualizar alguns episódios da história da diplomacia de saúde no quadro da integração internacional e regional do império colonial português em matéria de saúde pública e epidemiologia. Primeiro, pretende reconstituir a interacção do império português e seus representantes com agências tal como a OMS, o AFRO, e a CCTA, e num segundo momento demonstrar, através de dois estudos de caso no âmbito de projectos de cooperação médica inter-territorial - sobre a malária e a doença do sono - as vicissitudes da diplomacia portuguesa no âmbito da saúde na região africana.
Original language | Portuguese |
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Title of host publication | Os impérios do internacional |
Subtitle of host publication | perspectivas, genealogias e processos |
Editors | Hugo Dores |
Place of Publication | Lisbon |
Publisher | Almedina |
Chapter | 10 |
Pages | 297–326 |
Number of pages | 29 |
ISBN (Print) | 9789724084275 |
Publication status | Published - 2020 |