Abstract
From the Middle Ages to the present day, heraldry has been used as an instrument for the social instrumentalisation of built space. The tower of São Sebastião, erected in Cascais by Jorge O’Neill and then bought by the Count of Castro Guimarães, is an interesting case study in this regard for the transition period between the 19th and 20th centuries. First and foremost, because of its location in a town which, in the last half-century of the Portuguese monarchy, the court chose as its favored summer resort, and where the old aristocracy and the new plutocracy developed distinctive forms of sociability, which tended to be conducive to their fusion. These forms of sociability were based on the reproduction of aesthetic standards that were applied, among other things, to the decoration of holiday homes. In this respect, heraldry played an important role, as can be seen from its application to the interiors of the tower of São Sebastião by the first and second owners.
A heráldica foi, desde a Idade Média até à actualidade, usada como instrumento de instrumentalização social do espaço edificado. A torre de São Sebastião, erguida em Cascais por Jorge O’Neill e logo a seguir comprada pelo conde de Castro Guimarães, constitui um interessante estudo de caso neste sentido, para o período de transição entre os séculos XIX e XX. Antes de mais, pela sua inserção numa localidade que, no último meio-século da monarquia portuguesa, a corte escolheu como local privilegiado de veraneio, e onde a antiga aristocracia e a nova plutocracia desenvolveram formas de sociabilidade distintivas, tendencialmente propícias à sua fusão. Tais formas de sociabilidade apoiavam-se na reprodução de padrões estéticos que se aplicavam, entre outros, à decoração das residências de veraneio. A heráldica desempenhou, neste âmbito, um papel de relevo, como fica patente pela sua aplicação aos interiores da torre de São Sebastião pelo primeiro e pelo segundo proprietários.
A heráldica foi, desde a Idade Média até à actualidade, usada como instrumento de instrumentalização social do espaço edificado. A torre de São Sebastião, erguida em Cascais por Jorge O’Neill e logo a seguir comprada pelo conde de Castro Guimarães, constitui um interessante estudo de caso neste sentido, para o período de transição entre os séculos XIX e XX. Antes de mais, pela sua inserção numa localidade que, no último meio-século da monarquia portuguesa, a corte escolheu como local privilegiado de veraneio, e onde a antiga aristocracia e a nova plutocracia desenvolveram formas de sociabilidade distintivas, tendencialmente propícias à sua fusão. Tais formas de sociabilidade apoiavam-se na reprodução de padrões estéticos que se aplicavam, entre outros, à decoração das residências de veraneio. A heráldica desempenhou, neste âmbito, um papel de relevo, como fica patente pela sua aplicação aos interiores da torre de São Sebastião pelo primeiro e pelo segundo proprietários.
Original language | Portuguese |
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Pages (from-to) | 39-75 |
Number of pages | 37 |
Journal | Revista de Historia das Ideias |
Volume | 43 |
DOIs | |
Publication status | Published - 2025 |
Keywords
- Emblems
- Heraldry
- Fierarchization of space
- Manorial architecture
- Self-representation