Abstract
No âmbito da problemática abordada na nossa tese de doutoramento sobre o apoio e protecção dada pela Dinastia de Bragança à Ordem dos Carmelitas Descalços, questão que temos vindo a desenvolver também em trabalhos posteriores, analisaremos aqui a importância da acção mecenática da Infanta D. Maria (1644–1693) para a construção e renovação artística de conventos desta ordem religiosa.
Filha natural de D. João IV (1604-1656) é o próprio monarca que, no seu testamento datado de 2 de Novembro de 1656, nos deixa notícia desta sua filha não revelando o nome da mãe “huma mulher solteira, limpa de sangue”, segredo que ficaria para sempre bem guardado com o seu secretário António Cavide, a quem fora confiada a princesa. Dotando-a de avultados bens, grande parte dos seus rendimentos seriam aplicados pela Infanta na reconstrução da igreja do Convento de Santa Teresa de Carnide (onde entrara com apenas seis anos de idade) iniciada em 1662, e na fundação do vizinho convento de S. João da Cruz em 1681.
Contrariamente ao que sucedeu com o Convento de Santa Teresa, cuja importância das campanhas de obras realizadas pela Infanta podem ainda hoje ser observadas (mesmo que mutiladas em alguns dos seus elementos), S. João da Cruz não escaparia incólume às vicissitudes por que passaria o edifício, nomeadamente com a extinção das Ordens Religiosas em 1834, as quais teriam como consequência a destruição total da sua igreja, Ao analisar as campanhas de obras por si financiadas, integrando-as quer no contexto da arte barroca, quer na esfera da encomenda real, abordaremos ainda a questão da possível autoria dos respectivos projectos, atribuídos à família dos arquitectos régios Nunes Tinoco, cuja colaboração com os Carmelitas Descalços se estendeu também a outros conventos da ordem.
Filha natural de D. João IV (1604-1656) é o próprio monarca que, no seu testamento datado de 2 de Novembro de 1656, nos deixa notícia desta sua filha não revelando o nome da mãe “huma mulher solteira, limpa de sangue”, segredo que ficaria para sempre bem guardado com o seu secretário António Cavide, a quem fora confiada a princesa. Dotando-a de avultados bens, grande parte dos seus rendimentos seriam aplicados pela Infanta na reconstrução da igreja do Convento de Santa Teresa de Carnide (onde entrara com apenas seis anos de idade) iniciada em 1662, e na fundação do vizinho convento de S. João da Cruz em 1681.
Contrariamente ao que sucedeu com o Convento de Santa Teresa, cuja importância das campanhas de obras realizadas pela Infanta podem ainda hoje ser observadas (mesmo que mutiladas em alguns dos seus elementos), S. João da Cruz não escaparia incólume às vicissitudes por que passaria o edifício, nomeadamente com a extinção das Ordens Religiosas em 1834, as quais teriam como consequência a destruição total da sua igreja, Ao analisar as campanhas de obras por si financiadas, integrando-as quer no contexto da arte barroca, quer na esfera da encomenda real, abordaremos ainda a questão da possível autoria dos respectivos projectos, atribuídos à família dos arquitectos régios Nunes Tinoco, cuja colaboração com os Carmelitas Descalços se estendeu também a outros conventos da ordem.
Original language | Portuguese |
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Pages | 92-93 |
Number of pages | 2 |
Publication status | Published - 2019 |
Event | Congresso Internacional «Um Reino de Mulheres: Expressões literárias, culturais e artísticas nas instituições monástico-conventuais femininas» - Universidade de Évora, Évora, Portugal Duration: 22 Apr 2019 → 24 Apr 2019 https://www.cidehus.uevora.pt/atividades/eventos/(item)/25370 |
Conference
Conference | Congresso Internacional «Um Reino de Mulheres: Expressões literárias, culturais e artísticas nas instituições monástico-conventuais femininas» |
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Country/Territory | Portugal |
City | Évora |
Period | 22/04/19 → 24/04/19 |
Internet address |
Keywords
- Infanta D. Maria (1644–1693)
- Lisboa
- Arte
- Barroco
- Carmelitas
- Descalços