Abstract
Integra áudio com 24 entrevistas.
Tentar perceber hoje a origem do RAP enquanto género musical é uma tarefa que me parece pouco interessante, dado o carácter inconclusivo e a profusão ensaística da responsabilidade de agentes culturais que emergem em torno do mesmo, alguns deles demonstrando um enorme conhecimento do seu repertório, das suas convenções performativas ou do universo biográfico dos protagonistas mais relevantes. Este trabalho pretendeu que memória e história oral assegurassem outros questionamentos e outra preocupação, que ainda não tinham sido levantados nem, por isso, aflorados em trabalhos actuais. Sobretudo que a abordagem, o plano da investigação e a leitura daí resultante, se cruzasse não só com várias disciplinas como com o contributo inestimável de experiências e de testemunhos dos que viveram esse primeiro momento, que de modo inortodoxo se pudesse falar de história da música cruzando em tempo real os dados da minha investigação, observação e análise com os das experiências vividas, que isso aproximasse leitores e ouvintes do impacto desta história local num determinado contexto histórico.
Bastou-me um trabalho de frequente partilha e interacção com os seus protagonistas para perceber que aspectos como a oralidade africana, a experiência da diáspora dos seus progenitores, o abraçar de outras tipologias musicais, a poesia dita de modo espontâneo na rua se misturaram com esperanças de afirmação nas indústrias discográfica e recreativa/de espectáculos, os primeiros passos na música de um modo autodidacta, os sonhos e as discussões que foram sendo proteladas, as ambições, as desilusões e a necessidade da sua afirmação individual e colectiva com olhos postos numa prática autónoma, que se poderá abordar a partir de Portugal, logo após as suas primeiras edições discográficas, sem uma necessidade, como sucedeu, permanente de comparação com o exterior.
Tentar perceber hoje a origem do RAP enquanto género musical é uma tarefa que me parece pouco interessante, dado o carácter inconclusivo e a profusão ensaística da responsabilidade de agentes culturais que emergem em torno do mesmo, alguns deles demonstrando um enorme conhecimento do seu repertório, das suas convenções performativas ou do universo biográfico dos protagonistas mais relevantes. Este trabalho pretendeu que memória e história oral assegurassem outros questionamentos e outra preocupação, que ainda não tinham sido levantados nem, por isso, aflorados em trabalhos actuais. Sobretudo que a abordagem, o plano da investigação e a leitura daí resultante, se cruzasse não só com várias disciplinas como com o contributo inestimável de experiências e de testemunhos dos que viveram esse primeiro momento, que de modo inortodoxo se pudesse falar de história da música cruzando em tempo real os dados da minha investigação, observação e análise com os das experiências vividas, que isso aproximasse leitores e ouvintes do impacto desta história local num determinado contexto histórico.
Bastou-me um trabalho de frequente partilha e interacção com os seus protagonistas para perceber que aspectos como a oralidade africana, a experiência da diáspora dos seus progenitores, o abraçar de outras tipologias musicais, a poesia dita de modo espontâneo na rua se misturaram com esperanças de afirmação nas indústrias discográfica e recreativa/de espectáculos, os primeiros passos na música de um modo autodidacta, os sonhos e as discussões que foram sendo proteladas, as ambições, as desilusões e a necessidade da sua afirmação individual e colectiva com olhos postos numa prática autónoma, que se poderá abordar a partir de Portugal, logo após as suas primeiras edições discográficas, sem uma necessidade, como sucedeu, permanente de comparação com o exterior.
Original language | Portuguese |
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Place of Publication | Casal de Cambra |
Publisher | Caleidoscópio |
Number of pages | 64 |
ISBN (Print) | 978-989-658-454-2 |
Publication status | Published - 2017 |
Keywords
- RAP
- memória
- história oral