Produção escrita para (da) academia em contexto universitário pós-Bolonha: uma reflexão crítica

Rosalice Botelho Wakim Souza Pinto, Gorete Marques, Marisa Catarina da Conceição Dinis

Research output: Contribution to journalArticlepeer-review

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Abstract

Este artigo visa descrever a agentividade dos principais protagonistas (discentes e docentes) nas propostas apresentadas pela Declaração de Bolonha, em seu Decreto-Lei 74/2006, de 24 de março, e pelos programas implementados nas Faculdades de Direito das universidades públicas portuguesas. Seguindo pressupostos teóricos do Interacionismo Sociodiscursivo (BRONCKART et al, 2004), de uma Retórica da Ação como apontam Miller (1984) e Bazerman (2006) e contributos descritivos desenvolvidos por Fillmore (1975, 1977), poder-se-á observar que, nos documentos, os agentes principais são representados por papéis sintático-semânticos que não seriam expectáveis nestes textos. Tal constatação pode vir a atestar a existência de uma semiotização diferenciada entre a linguagem sobre o trabalho e a linguagem como trabalho, conceitos desenvolvidos por Nouroudine (2002). Procura-se mostrar, assim, através de determinado viéz descritivo, que o ‘pretenso’ objetivo da própria Declaração de Bolonha, o de estimular uma maior participação do aluno no processo de aprendizagem, de forma a torná-lo mais autónomo e mais facilmente empregável no contexto europeu, pode vir a ser seriamente comprometido.
Original languagePortuguese
Pages (from-to)127-143
Number of pages17
JournalLinha d’Água
Volume31
Issue number1
DOIs
Publication statusPublished - 27 Mar 2018

Keywords

  • trabalho
  • agentividade
  • declaração de Bolonha
  • retórica da ação
  • Interacionismo sociodiscursivo
  • work
  • agentivity
  • Bologna declaration
  • rhetoric of action
  • Sociodiscursive Interactionism

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