Abstract
Constança Capdeville foi uma compositora, professora e intérprete. A sua obra insere-se no contexto da música contemporânea portuguesa, a partir da segunda metade do século XX.
Capdeville ocupa um lugar singular na música e na arte em Portugal, quer pela sua modernidade, que se traduz, por exemplo, no uso da experimentação com a introdução de aspectos tecnológicos na música e exploração de novos timbres; quer pela sua posição iconoclasta, de ruptura com as convenções; quer ainda pela sua imaginação criadora.
Escreveu obras para orquestra, música de câmara, dança, teatro, cinema e teatro-música. No que respeita a este último, a compositora revelou-se muito versátil apresentando diferentes formas de teatralidade.
Capdeville demonstrou uma nova atitude perante a noção de "espetáculo" através de uma abordagem multidisciplinar, integrando concerto, teatro e dança através da "convergência e exploração do som, da música, da palavra, da luz, do gesto e do movimento de modo a procurar novas ligações e combinações entre estas diferentes formas de expressão", tal como relata António Sousa Dias, que colaborou com Capdeville na concepção e produção de diversos espetáculos.
Embora não haja muitas referências à sua colaboração com o cinema português, Capdeville compôs música para algumas longas-metragens. A própria compositora, numa entrevista concedida à RTP, quando lhe perguntaram se gostava do facto de ter composto música para filmes, respondeu:
"Gosto muito, para mim a música já não pode viver mais sozinha. Quer dizer, as outras artes, por força, têm que fazer parte da música e a música parte delas. Eu mesma, para uma obra de música não posso pensar o som sozinho, imediatamente vem o movimento, vem a luz, vem qualquer outra coisa que não é só som".
António de Sousa Dias refere-se a Capdeville como sendo uma artista extremamente peculiar, especialmente pela forma como utiliza os seus materiais (música, luzes, objetos, figuras), indo buscar muitos elementos a outras áreas, nomeadamente ao cinema, mas também ao teatro. Ainda no que concerne ao uso desses materiais, para Capdeville, a articulação dos mesmos é essencial, e nisso socorre-se da inspiração de figuras importantes da arte cinematográfica como por exemplo Federico Fellini ou Jean-Luc Godard.
Constança Capdeville compôs a banda sonora para o filme Cerromaior de Luís Filipe Rocha, que estreou em 1981. Tanto Constança, como o realizador, entendiam que a música deveria ter um percurso próprio e não deveria ser um mero acompanhamento da narrativa.
Ao longo desta comunicação iremos refletir sobre os pontos de contacto entre a música e o cinema, compreender as relações entre estas diferentes formas de arte, e analisar os processos de interação entre ambas.
Capdeville ocupa um lugar singular na música e na arte em Portugal, quer pela sua modernidade, que se traduz, por exemplo, no uso da experimentação com a introdução de aspectos tecnológicos na música e exploração de novos timbres; quer pela sua posição iconoclasta, de ruptura com as convenções; quer ainda pela sua imaginação criadora.
Escreveu obras para orquestra, música de câmara, dança, teatro, cinema e teatro-música. No que respeita a este último, a compositora revelou-se muito versátil apresentando diferentes formas de teatralidade.
Capdeville demonstrou uma nova atitude perante a noção de "espetáculo" através de uma abordagem multidisciplinar, integrando concerto, teatro e dança através da "convergência e exploração do som, da música, da palavra, da luz, do gesto e do movimento de modo a procurar novas ligações e combinações entre estas diferentes formas de expressão", tal como relata António Sousa Dias, que colaborou com Capdeville na concepção e produção de diversos espetáculos.
Embora não haja muitas referências à sua colaboração com o cinema português, Capdeville compôs música para algumas longas-metragens. A própria compositora, numa entrevista concedida à RTP, quando lhe perguntaram se gostava do facto de ter composto música para filmes, respondeu:
"Gosto muito, para mim a música já não pode viver mais sozinha. Quer dizer, as outras artes, por força, têm que fazer parte da música e a música parte delas. Eu mesma, para uma obra de música não posso pensar o som sozinho, imediatamente vem o movimento, vem a luz, vem qualquer outra coisa que não é só som".
António de Sousa Dias refere-se a Capdeville como sendo uma artista extremamente peculiar, especialmente pela forma como utiliza os seus materiais (música, luzes, objetos, figuras), indo buscar muitos elementos a outras áreas, nomeadamente ao cinema, mas também ao teatro. Ainda no que concerne ao uso desses materiais, para Capdeville, a articulação dos mesmos é essencial, e nisso socorre-se da inspiração de figuras importantes da arte cinematográfica como por exemplo Federico Fellini ou Jean-Luc Godard.
Constança Capdeville compôs a banda sonora para o filme Cerromaior de Luís Filipe Rocha, que estreou em 1981. Tanto Constança, como o realizador, entendiam que a música deveria ter um percurso próprio e não deveria ser um mero acompanhamento da narrativa.
Ao longo desta comunicação iremos refletir sobre os pontos de contacto entre a música e o cinema, compreender as relações entre estas diferentes formas de arte, e analisar os processos de interação entre ambas.
Original language | Portuguese |
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Pages | 102 |
Number of pages | 1 |
Publication status | Published - 11 Nov 2017 |
Event | VII Encontro Nacional de Investigação em Música ENIM 2017 - Universidade do Minho, SPIM, Braga, Portugal Duration: 9 Nov 2017 → 11 Nov 2017 |
Conference
Conference | VII Encontro Nacional de Investigação em Música ENIM 2017 |
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Abbreviated title | ENIM 2017 |
Country/Territory | Portugal |
City | Braga |
Period | 9/11/17 → 11/11/17 |
Keywords
- Constança Capdeville
- Música contemporânea portuguesa
- Fita Magnética
- FE...DE...RI...CO...
- Molly Bloom
- Preservação
- Análise Musical