Abstract

Em 585, a Península Ibérica unifica‑se sob o Reino Visigodo, liderado por Leovigildo. Mas tal como noutras ocasiões passadas e futuras, esta é uma unificação que esconde uma enorme diversidade, como no‑lo explica neste ensaio Paulo Almeida Fernandes. A unificação esconde um profundo cisma religioso entre o arianismo antes predominante (os arianos acreditavam na «profecia» de um Jesus Cristo humano e não divino) e a futura ortodoxia nicena, a que viríamos a chamar mais tarde «catolicismo». Esconde também diferenças étnicas e culturais entre os herdeiros da Hispânia romana nas suas diversas províncias, onde se incluíam a Lusitânia e a Gallaecia no território hoje português, bem como os povos germânicos como os suevos, que tinham o seu reino independente no noroeste peninsular, e os visigodos, que tinham chegado a este lado dos Pirenéus como confederados do Império Romano. E esconde ainda a existência de colónias «bizantinas», do Império Romano do Oriente, no sudeste da Península. Está também escondida a existência de pagãos rurais e de comunidades judaicas. Esta é uma época misteriosa, é justo dizê‑lo.
Original languagePortuguese
Place of PublicationLisboa
PublisherTinta da China
Number of pages104
Volume23
ISBN (Print)5602227309529‑00023
Publication statusPublished - 2019

Cite this