Poéticas Fotográficas

Como dizia Henri Cartier-Bresson, uma só fotografia em si é um instante congelado, eternizado. Já duas fotografias podem ser uma poética. Com essa premissa, propusemos a organização desta obra, que contém olhares diversos sobre uma mesma temática: as poéticas fotográficas. Mas por que poéticas, no plural? Simples. Porque cada um constrói a sua poética, do seu jeito, à sua maneira e ao seu próprio gosto. Obviamente, ao construir a poética, o faz para alguém ver. Entretanto, e sem dúvida alguma, quem o faz pensa em si mesmo para depois pensar no próximo. A poética deve agradar primeiro a quem faz.

Com a consciência de que as poéticas fotográficas são diversas, criamos a proposta da obra. Esperávamos, ao abrir a convocatória, que uma diversidade de olhares sobre a temática fosse compartilhada conosco. Aliás, diversidade está presente em nós, organizadores do livro. Ainda que hajam dois jornalistas, Fátima desenvolveu a sua tese de doutoramento sobre fotojornalismo e investiga sobre essa temática, enquanto Denis desenvolveu sua tese de doutoramento sobre documentário interativo e tecnologias digitais. Para complementar, Pere nos traz o olhar essencialmente artístico, envolto a tecnologias que vão desde a câmera pinhole ao telemóvel. Nasceu, assim, o livro Poéticas Fotográficas.

Porém, uma obra organizada resulta numa autêntica surpresa. Afinal das contas, recebemos textos diversos a serem avaliados às cegas. E foi o que ocorreu. Ao final, reunimos uma diversidade que acabou por serem divididos em duas partes: Reflexões e Aplicações. Para tanto, dividimos as contribuições de acordo com as temáticas oferecidas.