Abstract
Escrever não é apenas uma procura incessante de um estilo ; escrever é também uma questão de visão e de audição. Há uma pintura e uma música próprias da literatura, que se propagam como um rumor de cores e de tons que atiçam fogos por cima das palavras. É nas palavras e através delas que se esboçam ritmos de azul, manchas de sons, como “zonas de linguagem sem destino” (v. O Lugar Comum, p. 115). Maria Velho da Costa inventa uma polifonia cromática, fazendo uso de processos de correlação e de contágio, onde elementos heterogéneos participam involuntariamente à construção de um lugar comum. A coloração é movimento, percepção, trabalho silencioso da atenção e da escuta do mundo.
Original language | Portuguese |
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Pages (from-to) | 75-84 |
Number of pages | 10 |
Journal | Sigila |
Volume | 47 |
Publication status | Published - 2021 |
Keywords
- Escrever
- Coloração
- Movimento