Abstract
Com um estilo sóbrio e minimalista, a prosa literária de J. M. Coetzee é um espaço criativo onde diferentes identidades literárias são constantemente baralhadas e uma perigosa sobreposição de alter-egos é sistematicamente ensaiada. Pensando sobre todas essas nuances, filósofos contemporâneos a trabalhar sobre a obra do escritor sul-africano têm descrito o seu trabalho como “realista-modernista’. Neste artigo, discuto uma obra específica de Coetzee (Diário de um Mau Ano) – focando sobretudo a estranha técnica gráfica da tripartição da página em três vozes literárias e a respectiva relação com a ideia de “pensamento ético de substituição” –, confrontando-a com a sua obra como um todo. Num segundo momento, apresento um modelo filosófico para explicar o seu “realismo modernista” e termino traçando o impacto desse modelo filosófico sobre a própria filosofia que o apresenta.
Original language | English |
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Pages (from-to) | 219-249 |
Number of pages | 21 |
Journal | Trans-Form-Acao |
Volume | 39 |
Issue number | 4 |
Publication status | Published - 2016 |
Keywords
- J.M.Coetzee
- Realismo modernista
- Pensamento ético de substituição
- Diário de um Mau Ano