Abstract
Em 2016, fruto de sinergias estabelecidas entre o Instituto de Estudos Medievais
(NOVA FCSH) e a Câmara Municipal de Castelo de Vide, realizou-se a 1ª edição das Jornadas Internacionais de Idade Média subordinada ao tema “As pequenas cidades na construção da Europa Medieval”. No âmbito desse colóquio foi criado o Grupo de Trabalho Rede Internacional das Pequenas Cidades no Tempo, que se assume como “uma plataforma de colaboração entre investigadores, de qualquer área científica, e todas as entidades que desenvolvam e/ou promovam pesquisa sobre comunidades urbanas de reduzidas dimensões, abordadas na sua historicidade”, movida por propósitos não apenas científicos, mas também societários. Ainda que em 2017 o primeiro colóquio da Rede das Pequenas Cidades se tenha inserido na Semana de Estudos Medievais de Castelo de Vide, foi evidente a inconformidade cronológica entre os dois eventos científicos, percebendo-se que a continuidade da pesquisa sobre pequenas comunidades urbanas implicava forçosamente uma emancipação da fronteira cronológica e metodológica dos estudos da época medieval. Já no volume publicado como resultado do primeiro encontro das Jornadas se manifestava esta necessidade: “a hipótese de cruzar disciplinas, pontos de observação, cronologias, escalas de abordagem e horizontes de questionamentos afigura-se-nos como mais um passo auspicioso no processo, que nos propomos continuar, de investir na pesquisa sobre as pequenas cidades, enquanto objeto de estudo autonomizado”. Até então, e ao longo de vários anos, esta linha de investigação foi-se solidificando, com participações em congressos internacionais, realização de workshops em Portugal e numa ação bilateral Portugal/França. O desígnio orientador, em conformidade com as premissas nas quais o IEM se baseia, foi o da concretização de abordagens multidisciplinares, juntando geógrafos, arquitetos, arqueólogos, urbanistas, para além de historiadores e historiadores de arte. A estrutura da Rede mantém-se fluída, participando ativamente em várias ações, como encontros científicos, projetos de investigação exploratórios, formação pós-graduada e transferência de conhecimento. Em Castelo de Vide, especificamente, realizou-se em 2017 o encontro subordinado ao tema “Pequenas Cidades: um objeto de estudo coerente?” e, em 2019, um colóquio de maior envergadura sobre “Pequenas Cidades e Ambiente”.
É assim que este volume vê a luz, resultado da integração de uma coleção de
estudos que tem as pequenas cidades como objeto de análise comum e o palco de Castelo de Vide como espaço de debate. Este livro divide-se em duas partes. A primeira integra os artigos relativos às Pequenas Cidades e Ambiente. Iniciando-se com o repto lançado pelo Professor Jean-Luc Fray aos participantes do colóquio de 2019, seguem-se as respetivas respostas, ordenadas nas seguintes subsecções: (i) A interpretação de sistemas socio-ecológicos sob perspetivas de conjunto; (ii) A observação de sistemas socioecológicos através dos testemunhos materiais; (iii) A análise pormenorizada de fenómenos de antropização; (iv) O estudo da regulação societária de recursos e problemas ambientais.
A segunda parte do livro, sobretudo constituída por textos apresentados no
encontro de 2017, corporiza várias categorias de estudos sobre as pequenas cidades, nomeadamente, a monografia, a articulação de povoados, as hierarquias urbanas, as leituras do espaço urbano, as materialidades, as redes de poder e, não menos importante, a intervenção societária. Por fim, as conclusões pretendem, para além de sintetizar algumas linhas gerais transmitidas pelo conjunto de artigos, enfrentar os “problemas irritantes” (nas palavras do Professor Jean-Luc Fray) levantados pela classificação dos núcleos urbanos de pequena dimensão e, também, valorizar a acuidade da pesquisa sobre as pequenas cidades no tempo. Ainda que este volume se sobreponha a uma época, a uma disciplina e a uma perspetiva de abordagem, a origem medieval da linha de investigação e da própria Rede é percetível, verificando-se uma elevada presença de estudos sobre a Idade Média em relação a outros períodos cronológicos. Nas iniciativas mais recentes desenvolvidas pela Rede existiu um interesse e uma preocupação na abertura do arco cronológico, como poderá comprovar-se em futuras atividades e publicações.
(NOVA FCSH) e a Câmara Municipal de Castelo de Vide, realizou-se a 1ª edição das Jornadas Internacionais de Idade Média subordinada ao tema “As pequenas cidades na construção da Europa Medieval”. No âmbito desse colóquio foi criado o Grupo de Trabalho Rede Internacional das Pequenas Cidades no Tempo, que se assume como “uma plataforma de colaboração entre investigadores, de qualquer área científica, e todas as entidades que desenvolvam e/ou promovam pesquisa sobre comunidades urbanas de reduzidas dimensões, abordadas na sua historicidade”, movida por propósitos não apenas científicos, mas também societários. Ainda que em 2017 o primeiro colóquio da Rede das Pequenas Cidades se tenha inserido na Semana de Estudos Medievais de Castelo de Vide, foi evidente a inconformidade cronológica entre os dois eventos científicos, percebendo-se que a continuidade da pesquisa sobre pequenas comunidades urbanas implicava forçosamente uma emancipação da fronteira cronológica e metodológica dos estudos da época medieval. Já no volume publicado como resultado do primeiro encontro das Jornadas se manifestava esta necessidade: “a hipótese de cruzar disciplinas, pontos de observação, cronologias, escalas de abordagem e horizontes de questionamentos afigura-se-nos como mais um passo auspicioso no processo, que nos propomos continuar, de investir na pesquisa sobre as pequenas cidades, enquanto objeto de estudo autonomizado”. Até então, e ao longo de vários anos, esta linha de investigação foi-se solidificando, com participações em congressos internacionais, realização de workshops em Portugal e numa ação bilateral Portugal/França. O desígnio orientador, em conformidade com as premissas nas quais o IEM se baseia, foi o da concretização de abordagens multidisciplinares, juntando geógrafos, arquitetos, arqueólogos, urbanistas, para além de historiadores e historiadores de arte. A estrutura da Rede mantém-se fluída, participando ativamente em várias ações, como encontros científicos, projetos de investigação exploratórios, formação pós-graduada e transferência de conhecimento. Em Castelo de Vide, especificamente, realizou-se em 2017 o encontro subordinado ao tema “Pequenas Cidades: um objeto de estudo coerente?” e, em 2019, um colóquio de maior envergadura sobre “Pequenas Cidades e Ambiente”.
É assim que este volume vê a luz, resultado da integração de uma coleção de
estudos que tem as pequenas cidades como objeto de análise comum e o palco de Castelo de Vide como espaço de debate. Este livro divide-se em duas partes. A primeira integra os artigos relativos às Pequenas Cidades e Ambiente. Iniciando-se com o repto lançado pelo Professor Jean-Luc Fray aos participantes do colóquio de 2019, seguem-se as respetivas respostas, ordenadas nas seguintes subsecções: (i) A interpretação de sistemas socio-ecológicos sob perspetivas de conjunto; (ii) A observação de sistemas socioecológicos através dos testemunhos materiais; (iii) A análise pormenorizada de fenómenos de antropização; (iv) O estudo da regulação societária de recursos e problemas ambientais.
A segunda parte do livro, sobretudo constituída por textos apresentados no
encontro de 2017, corporiza várias categorias de estudos sobre as pequenas cidades, nomeadamente, a monografia, a articulação de povoados, as hierarquias urbanas, as leituras do espaço urbano, as materialidades, as redes de poder e, não menos importante, a intervenção societária. Por fim, as conclusões pretendem, para além de sintetizar algumas linhas gerais transmitidas pelo conjunto de artigos, enfrentar os “problemas irritantes” (nas palavras do Professor Jean-Luc Fray) levantados pela classificação dos núcleos urbanos de pequena dimensão e, também, valorizar a acuidade da pesquisa sobre as pequenas cidades no tempo. Ainda que este volume se sobreponha a uma época, a uma disciplina e a uma perspetiva de abordagem, a origem medieval da linha de investigação e da própria Rede é percetível, verificando-se uma elevada presença de estudos sobre a Idade Média em relação a outros períodos cronológicos. Nas iniciativas mais recentes desenvolvidas pela Rede existiu um interesse e uma preocupação na abertura do arco cronológico, como poderá comprovar-se em futuras atividades e publicações.
Original language | Portuguese |
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Place of Publication | Lisboa |
Publisher | IEM - Instituto de Estudos Medievais / Câmara Municipal de Castelo de Vide |
Number of pages | 598 |
ISBN (Print) | 978-989-54529-5-8, 978-972-9040-18-4 |
DOIs | |
Publication status | Published - May 2021 |
Event | Colóquio Internacional Pequenas Cidades e Ambiente - Castelo de Vide, Portugal Duration: 14 Mar 2019 → 16 Mar 2019 |
Publication series
Name | Estudos |
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No. | 23 |
Keywords
- Pequenas Cidades
- Ambiente
- História
- Arqueologia