Partidos e política na Monarquia Constitucional: o caso do Partido Regenerador (1851-1910)

O Partido Regenerador foi uma força política da segunda metade do século XIX, que ainda não foi alvo de investigações sistemáticas. Este estudo debruça-se, precisamente, sobre esse tema, procurando enquadrá-lo na conjuntura política do período. Através da análise das características específicas do partido, tentaremos compreender os motivos que garantiram a sua longevidade e que o distinguiram das restantes formações partidárias da época. A investigação pretende analisar o funcionamento interno do Partido Regenerador e a sua evolução, tendo em conta um conjunto de elementos fundamentais: o seu processo de emergência, a ideologia que defendeu, a estrutura interna que adoptou, a forma como procurou estabelecer o seu aparelho partidário e os meios que utilizou na difusão da mensagem partidária. Estudaremos ainda a luta de poder dentro da organização e o impacto que as divergências ou dissidências tiveram na liderança partidária e na imagem do partido. Finalmente, faremos uma análise detalhada da representação e do comportamento do Partido Regenerador no Parlamento na sequência de duas eleições, 1881 e 1901. Desta forma pretendemos elaborar uma visão global da organização, que sirva como plataforma de apoio para analisar dois grandes temas: as dinâmicas internas do partido, tanto no que diz respeito à emergência de rivalidades e facções e à forma como estas evoluíram no seio da organização, como à sua acção no Parlamento, procurando assim compreender o seu grau de coesão interna; e a relação da liderança do partido com os seus apoiantes dispersos no país, especialmente no âmbito dos momentos eleitorais.