Abstract
A partir de dois momentos distintos e três personagens centrais, o artigo explora a história de Josefa Greno, conhecida pintora de florais que assassinou o marido no início do século XX. O primeiro momento trata da internação de Greno em hospital psiquiátrico, ocasionando uma controvérsia entre médicos e a sociedade, divididos entre a sua inimputabilidade e a responsabilização dos seus atos. Tem, neste momento, Miguel Bombarda, então diretor do Hospital de Rilhafoles, como principal protagonista, atuando de forma enfática na atribuição do diagnóstico de paranóia, afim de comprovar a sua tese sobre os “delírios de perseguição”. O segundo momento, cinquenta anos depois, quando seu caso é resgatado pelo pintor e crítico de arte, Varela Aldemira, seduzido pela possibilidade de criar uma crítica psicanalítica ao desfecho médico. Neste mesmo momento, um terceiro elemento surge, o médico Barahona Fernandes, persuadido a defender a posição médica e sua probidade científica. Por este percurso propõe-se revisitar cinquenta anos de história considerando “o caso” Josefa Greno como significativo na construção da psiquiatria portuguesa.
Translated title of the contribution | Paranoia, hysteria or "paranoiquice"? : Revisiting fifty years of portuguese psychiatry in the case of the painter Josefa Greno |
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Original language | Portuguese |
Pages (from-to) | 201-219 |
Number of pages | 19 |
Journal | Convocarte — Revista de Ciências da Arte |
Volume | 10/11 |
Publication status | Published - 2021 |
Keywords
- Josefa Greno
- Portuguese Psychiatry
- Art and Madness