TY - CHAP
T1 - Para uma periodização da história do jornalismo em Portugal
AU - Sousa, Jorge Pedro
AU - Lima, Helena
N1 - UIDB/05021/2020
UIDP/05021/2020
PY - 2021
Y1 - 2021
N2 - A periodização contribui para sistematizar racionalmente os fenómenos históricos, agrupando-os de acordo com denominadores comuns. É, simultaneamente, um instrumento e uma síntese do conhecimento histórico, pois permite estabelecer etapas cronológicas que facultam a compreensão do devir histórico, assinalando continuidades e ruturas (Rama, 1968; Kula, 1973; Gutierrez Espada, 1995; Pizarroso Quintero, 1999; Román Portas, 2000; Galindo Arranz, 2004; Godoy, 2008). No entanto, é um exercício intelectual interpretativo problemático, já que, mesmo quando fundada na evidência, nunca cola inteiramente à realidade histórica material (Castro Ibaseta, 1999; Daly, 2009; Hayot, 2011). Considerando, apesar dos limites, a utilidade da periodização para a compreensão dos fenómenos históricos, a presente reflexão visou estabelecer uma periodização para a história do jornalismo português, encarando o jornalismo enquanto fenómeno comunicativo, mas desde uma perspetiva histórica (Gómez Mompart, 1995). Embora existam tentativas de periodização da história da imprensa portuguesa até ao final da Monarquia (Tengarrinha, 1965, 1989, 2013; Sousa, 2017a), entre 1968 e 2004 (Faustino, 2004), e das revistas ilustradas portuguesas até 1918 (Sousa, 2017b), bem como uma tentativa de periodização da história da imprensa portuguesa de acordo com os regimes políticos (Sousa, Lima, Hohlfeldt & Barbosa, orgs., 2017), que é uma das maneiras de periodizar a história da comunicação (Román Portas, 2000), nunca terá sido esboçada uma periodização da história do jornalismo em Portugal. Sendo um exercício interpretativo, a metodologia da periodização da história do jornalismo português assentou no agrupamento racional dos fenómenos históricos ao longo do tempo, assinalando continuidades e ruturas evidentes e verificáveis na evolução histórica. Propõe-se a seguinte periodização para a história do jornalismo português: 1) Periodismo artesanal noticioso (dos finais do século XVI até 1730); 2) Segmentação da imprensa e domínio da imprensa artesanal informativa (1730-1820); 3) Domínio da imprensa artesanal política (1820-1834); 4) Imprensa pré-industrial segmentada (1834-1864); 5) Imprensa industrial segmentada e desenvolvimento dos diários noticiosos de massas (1864-1934); 6) Segmentação mediática do jornalismo (1934-1995), com três fases: a) Máquinas censuradas; b) Disrupção revolucionária; c) Liberalização; 7) Convergência e fusão (1995 à atualidade).
Periodization helps to rationally systematize historical phenomena, grouping them according to common denominators. It is both an instrument and a synthesis of historical knowledge, since it allows for the establishment of chronological stages that facilitate the understanding of historical development, marking continuities and ruptures (Rama, 1968; Kula, 1973; Gutierrez Espada, 1995; Pizarroso Quintero, 1999; Román Portas, 2000; Galindo Arranz, 2004; Godoy, 2008). However, it is a problematic interpretive intellectual exercise, since, even when founded on evidence, it never entirely sticks to material historical reality (Castro Ibaseta, 1999; Daly, 2009; Hayot, 2011).
Considering, despite the limits, the usefulness of periodization for the understanding of historical phenomena, the present study aimed to establish a periodization for the history of Portuguese journalism, considering journalism as a communicative phenomenon, but from a historical perspective (Gómez Mompart, 1995). Although there are attempts to periodize the history of the Portuguese press until the end of the Monarchy (Tengarrinha, 1965, 1989, 2013; Sousa, 2017a), between 1968 and 2004 (Faustino, 2004), and of the Portuguese illustrated magazines until 1918 (Sousa, 2017b), as well as an attempt to periodize the history of the Portuguese press according to political regimes (Sousa, Lima, Hohlfeldt & Barbosa, eds, 2017), which is one of the ways to periodize the history of communication (Román Portas, 2000), a periodization of the history of journalism in Portugal has never been outlined. Being an interpretative exercise, the methodology of periodization of the history of Portuguese journalism was based on the rational grouping
of historical phenomena over time, pointing out evident and verifiable continuities and ruptures in historical evolution. The following periodization is proposed for the history of Portuguese journalism: 1) Artisanal news press(from the late 16th century to 1730); 2) Segmentation of the press and dominance of the informative artisanal press (1730-1820); 3) Dominance of the political artisanal press (1820-1834); 4) Segmented pre-industrial press (1834-1864); 5) Segmented
industrial press and development of mass news dailies (1864-1934); 6) Media segmentation of journalism (1934-1995), with three phases: (a) Censored machines; (b) Revolutionary disruption; (c) Liberalization; 7) Convergence and fusion (1995 to the present).
AB - A periodização contribui para sistematizar racionalmente os fenómenos históricos, agrupando-os de acordo com denominadores comuns. É, simultaneamente, um instrumento e uma síntese do conhecimento histórico, pois permite estabelecer etapas cronológicas que facultam a compreensão do devir histórico, assinalando continuidades e ruturas (Rama, 1968; Kula, 1973; Gutierrez Espada, 1995; Pizarroso Quintero, 1999; Román Portas, 2000; Galindo Arranz, 2004; Godoy, 2008). No entanto, é um exercício intelectual interpretativo problemático, já que, mesmo quando fundada na evidência, nunca cola inteiramente à realidade histórica material (Castro Ibaseta, 1999; Daly, 2009; Hayot, 2011). Considerando, apesar dos limites, a utilidade da periodização para a compreensão dos fenómenos históricos, a presente reflexão visou estabelecer uma periodização para a história do jornalismo português, encarando o jornalismo enquanto fenómeno comunicativo, mas desde uma perspetiva histórica (Gómez Mompart, 1995). Embora existam tentativas de periodização da história da imprensa portuguesa até ao final da Monarquia (Tengarrinha, 1965, 1989, 2013; Sousa, 2017a), entre 1968 e 2004 (Faustino, 2004), e das revistas ilustradas portuguesas até 1918 (Sousa, 2017b), bem como uma tentativa de periodização da história da imprensa portuguesa de acordo com os regimes políticos (Sousa, Lima, Hohlfeldt & Barbosa, orgs., 2017), que é uma das maneiras de periodizar a história da comunicação (Román Portas, 2000), nunca terá sido esboçada uma periodização da história do jornalismo em Portugal. Sendo um exercício interpretativo, a metodologia da periodização da história do jornalismo português assentou no agrupamento racional dos fenómenos históricos ao longo do tempo, assinalando continuidades e ruturas evidentes e verificáveis na evolução histórica. Propõe-se a seguinte periodização para a história do jornalismo português: 1) Periodismo artesanal noticioso (dos finais do século XVI até 1730); 2) Segmentação da imprensa e domínio da imprensa artesanal informativa (1730-1820); 3) Domínio da imprensa artesanal política (1820-1834); 4) Imprensa pré-industrial segmentada (1834-1864); 5) Imprensa industrial segmentada e desenvolvimento dos diários noticiosos de massas (1864-1934); 6) Segmentação mediática do jornalismo (1934-1995), com três fases: a) Máquinas censuradas; b) Disrupção revolucionária; c) Liberalização; 7) Convergência e fusão (1995 à atualidade).
Periodization helps to rationally systematize historical phenomena, grouping them according to common denominators. It is both an instrument and a synthesis of historical knowledge, since it allows for the establishment of chronological stages that facilitate the understanding of historical development, marking continuities and ruptures (Rama, 1968; Kula, 1973; Gutierrez Espada, 1995; Pizarroso Quintero, 1999; Román Portas, 2000; Galindo Arranz, 2004; Godoy, 2008). However, it is a problematic interpretive intellectual exercise, since, even when founded on evidence, it never entirely sticks to material historical reality (Castro Ibaseta, 1999; Daly, 2009; Hayot, 2011).
Considering, despite the limits, the usefulness of periodization for the understanding of historical phenomena, the present study aimed to establish a periodization for the history of Portuguese journalism, considering journalism as a communicative phenomenon, but from a historical perspective (Gómez Mompart, 1995). Although there are attempts to periodize the history of the Portuguese press until the end of the Monarchy (Tengarrinha, 1965, 1989, 2013; Sousa, 2017a), between 1968 and 2004 (Faustino, 2004), and of the Portuguese illustrated magazines until 1918 (Sousa, 2017b), as well as an attempt to periodize the history of the Portuguese press according to political regimes (Sousa, Lima, Hohlfeldt & Barbosa, eds, 2017), which is one of the ways to periodize the history of communication (Román Portas, 2000), a periodization of the history of journalism in Portugal has never been outlined. Being an interpretative exercise, the methodology of periodization of the history of Portuguese journalism was based on the rational grouping
of historical phenomena over time, pointing out evident and verifiable continuities and ruptures in historical evolution. The following periodization is proposed for the history of Portuguese journalism: 1) Artisanal news press(from the late 16th century to 1730); 2) Segmentation of the press and dominance of the informative artisanal press (1730-1820); 3) Dominance of the political artisanal press (1820-1834); 4) Segmented pre-industrial press (1834-1864); 5) Segmented
industrial press and development of mass news dailies (1864-1934); 6) Media segmentation of journalism (1934-1995), with three phases: (a) Censored machines; (b) Revolutionary disruption; (c) Liberalization; 7) Convergence and fusion (1995 to the present).
KW - Jornalismo
KW - História
KW - Periodização
KW - Portugal
KW - Journalism
KW - History
KW - Periodization
U2 - https://doi.org/10.34619/fdpy-xftm
DO - https://doi.org/10.34619/fdpy-xftm
M3 - Chapter
SN - 978-989-9048-15-7
VL - 3
T3 - Livros ICNOVA
SP - 10
EP - 32
BT - Para uma história do jornalismo em Portugal III
A2 - Baptista, Carla
A2 - Sousa, Jorge Pedro
A2 - Azevedo, Celiana
PB - ICNOVA – Instituto de Comunicação da Nova
CY - Lisboa
ER -