Abstract
A discussão sobre questões atinentes às relações existentes entre as Literaturas
Africanas e seus autores enquanto sujeitos, no estado atual dos debates sobre a
«genealogia da agência pós-colonial» à escala global, levanta relevantes problemas de ordem ética e epistemológica. O problema da disciplinarização dos estudos literários pós-coloniais revela-se como uma expressiva manifestação do modo como a proeminência do pensamento ocidental eurocêntrico de ascendência anglosaxónica resiste aos modelos teóricos alternativos mais adequados à diversidade epistemológica do mundo hodierno. Por outro lado, a sua problemática denominação como disciplina académica pretende de modo anacrónico revelar a potência de uma Europa cujo sentido organizava-se em torno do colonialismo enquanto período histórico. Neste sentido, regista-se o reconhecimento de uma impotência epistemológica revelada através de uma
conceitualização ambígua que tece as agendas de investigação e ensino de acordo com interesses hegemónicos em determinados países anglófonos. Portanto, há imperativos de natureza ética que impelem determinados setores da academia a proclamar a advocacia do «fim da teoria pós-colonial», pois um único centro já não existe, tudo se fragmenta em legados de outros sujeitos da alteridade num mundo policêntrico.
Africanas e seus autores enquanto sujeitos, no estado atual dos debates sobre a
«genealogia da agência pós-colonial» à escala global, levanta relevantes problemas de ordem ética e epistemológica. O problema da disciplinarização dos estudos literários pós-coloniais revela-se como uma expressiva manifestação do modo como a proeminência do pensamento ocidental eurocêntrico de ascendência anglosaxónica resiste aos modelos teóricos alternativos mais adequados à diversidade epistemológica do mundo hodierno. Por outro lado, a sua problemática denominação como disciplina académica pretende de modo anacrónico revelar a potência de uma Europa cujo sentido organizava-se em torno do colonialismo enquanto período histórico. Neste sentido, regista-se o reconhecimento de uma impotência epistemológica revelada através de uma
conceitualização ambígua que tece as agendas de investigação e ensino de acordo com interesses hegemónicos em determinados países anglófonos. Portanto, há imperativos de natureza ética que impelem determinados setores da academia a proclamar a advocacia do «fim da teoria pós-colonial», pois um único centro já não existe, tudo se fragmenta em legados de outros sujeitos da alteridade num mundo policêntrico.
Original language | Portuguese |
---|---|
Title of host publication | Pós-colonial e Pós-colonialismo: propriedades e apropriações de sentido |
Editors | Flávio Garcia, Inocência Mata |
Place of Publication | Rio de Janeiro |
Publisher | Publicações Dialogarts |
Pages | 9-31 |
Number of pages | 22 |
ISBN (Print) | 978-85-8199-060-6 |
Publication status | Published - 2016 |
Keywords
- Estudos literários pós-coloniais
- Disciplinarização
- Epistemologia
- Globalização