Abstract
O objeto de estudo desta tese é a política cultural alemã em Portugal durante o regime nacional-socialista. Procuraremos demonstrar que a ciência e a cultura “alemãs” foram a estratégia utilizada para alcançar uma hegemonia política e ideológica. Esta diplomacia, que recorria aos institutos culturais, a sociedades bilaterais, às escolas alemãs, ao intercâmbio de técnicos, professores, estudantes, artistas, ou intelectuais, à troca de livros, à organização de conferências e exposições, escondia um imperialismo de cariz económico e político, que a Alemanha pretendia impor a Portugal. Escolhemos como estudo de caso o intercâmbio académico. Dado que a JEN e o IAC foram as instituições que, em Portugal, mais promoveram o intercâmbio cultural e científico, desde cedo os alemães delineram uma estratégia de aproximação a ambas, que visava a intensificação do intercâmbio académico com Portugal. Com recurso ao arquivo histórico do Instituto Camões, que herdou a documentação de ambas as instituições, estudámos o intercâmbio entre os dois países, analisando, nomeadamente, as bolsas concedidas para serem usufruídas na Alemanha. Por fim, escolhemos um grupo de bolseiros que estagiou na Alemanha, de forma a rastrear as redes científicas – individuais e institucionais - que uniram os dois países, e compreender os processos de influência e de transferência do conhecimento. Tratou-se, no fundo, de acompanhar a circulação, a transferência e apropriação de conhecimentos científicos, de técnicas e metodologias num ambiente transnacional.
Original language | Portuguese |
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Qualification | Doctor of Philosophy |
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Supervisors/Advisors |
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Thesis sponsors | |
Award date | 28 Jun 2016 |
Publication status | Published - 2016 |
Keywords
- Relações Luso-Alemãs
- Diplomacia Cultural e Científica
- Intercâmbio Académico