Abstract
Numa noite de novembro no ano de 2053, um homem caminha. Leonard Mead é
um cidadão solitário numa sociedade centrada no brilho dos ecrãs. Dez longos anos caminhando e nunca se cruzara com ninguém, nem uma única vez em todo o tempo. De repente, um carro de polícia acerca‑se. Mead é detido. Caminhar aparentava ser uma actividade suspeita. Eis o conto «The Pedestrian», escrito por Ray Bradbury em 1951, e que Deleuze e Guattari relembram numa nota em «7000 antes de J.C. – Aparelho de Captura» de Mil Planaltos.
Novembro de 2017. O monitor de TV do conto de Bradbury, já liberto da interio‑
ridade das quatro paredes, tomou a cidade, ora maximizado ora miniaturizado em diversos suportes. Ser pedestre é cada vez mais ser um ponto para onde convergem todos os outros, restando pouca margem de indeterminação ou informalidade à deambulação num percurso que é cada vez mais um trajecto calculável. Com a figura do pedestre partimos para a cidade inteligente enquanto território retórico: num primeiro momento percebendo como as cidades pós‑industriais, enquanto conjunto de ferramentas, máquinas e sujeitos, formam um dispositivo a que se convencionou chamar smart city. De seguida procurar‑se‑á aferir como é que as smart cities se constituem como um território retórico.
um cidadão solitário numa sociedade centrada no brilho dos ecrãs. Dez longos anos caminhando e nunca se cruzara com ninguém, nem uma única vez em todo o tempo. De repente, um carro de polícia acerca‑se. Mead é detido. Caminhar aparentava ser uma actividade suspeita. Eis o conto «The Pedestrian», escrito por Ray Bradbury em 1951, e que Deleuze e Guattari relembram numa nota em «7000 antes de J.C. – Aparelho de Captura» de Mil Planaltos.
Novembro de 2017. O monitor de TV do conto de Bradbury, já liberto da interio‑
ridade das quatro paredes, tomou a cidade, ora maximizado ora miniaturizado em diversos suportes. Ser pedestre é cada vez mais ser um ponto para onde convergem todos os outros, restando pouca margem de indeterminação ou informalidade à deambulação num percurso que é cada vez mais um trajecto calculável. Com a figura do pedestre partimos para a cidade inteligente enquanto território retórico: num primeiro momento percebendo como as cidades pós‑industriais, enquanto conjunto de ferramentas, máquinas e sujeitos, formam um dispositivo a que se convencionou chamar smart city. De seguida procurar‑se‑á aferir como é que as smart cities se constituem como um território retórico.
Original language | Portuguese |
---|---|
Title of host publication | Modas, modos, maneiras |
Subtitle of host publication | Actas do I Congresso Ibérico de Semiótica |
Editors | Maria Augusta Babo, Jorge Lozano |
Place of Publication | Lisboa |
Publisher | ICNOVA – Instituto de Comunicação da Nova |
Pages | 47-58 |
Number of pages | 12 |
ISBN (Electronic) | 978‑972‑9347‑27‑6 |
ISBN (Print) | 978‑972‑9347‑28‑3 |
Publication status | Published - 2019 |
Event | Congresso Ibérico de Semiótica - NOVA FCSH, Lisbon, Portugal Duration: 23 Nov 2017 → 25 Nov 2017 http://fabricadesites.fcsh.unl.pt/congressosemiotica2017/ |
Publication series
Name | Livros ICNOVA |
---|---|
Publisher | ICNOVA |
Conference
Conference | Congresso Ibérico de Semiótica |
---|---|
Country/Territory | Portugal |
City | Lisbon |
Period | 23/11/17 → 25/11/17 |
Internet address |
Keywords
- smarticidade
- rede
- dispositivo
- captura