Os répteis na obra de Mário de Carvalho: entre o real, o imaginário e o simbólico

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Abstract

O elo que une literatura e ambiente surge, cada vez mais, como uma realidade indubitável, não sendo, contudo, apanágio dos textos coevos, pois essa figuração surge em textos antiquíssimos. O presente ensaio centra-se na inserção dos
répteis na geografia literária de Mário de Carvalho, a que subjaz uma tripla intenção: retratar o habitat natural em que se movem e que papel desempenham estes bichos, ao nível dos ecossistemas, com o claro intuito de levar os humanos a refletir sobre a consciência ambiental. Num segundo nível, e na esteira dos bestiários antigos, a presença dos répteis anuncia um intuito moralizante, surgindo como metáfora dos
comportamentos repreensíveis e desviantes dos humanos. Mas a representação destes animais, enquanto seres fantásticos, de compleições híbridas e aterrorizadoras assume, igualmente, um papel simbólico ou alegórico. Irrompendo de forma assombrosa no quotidiano, emergem como aparições estranhas e sobrenaturais,
facilmente relegadas, ou dessacralizam a coorte celestial representada na iconografia cristã.
Original languagePortuguese
Title of host publicationBichos Vividos
EditorsCarlota Simões, Ana Paula Guimarães
Place of PublicationCoimbra
PublisherImprensa da Universidade de Coimbra
Pages51-74
Number of pages24
ISBN (Electronic)978-989-26-2281-1
ISBN (Print)978-989-26-2280-4
DOIs
Publication statusPublished - 2022

Keywords

  • Ecossistemas
  • Répteis
  • Ironia
  • Fantástico
  • Paródia
  • Simbologia

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