Abstract
Os Açores são detentores de um riquíssimo património organístico, composto por cinquenta e quatro órgãos distribuídos por oito das nove ilhas do arquipélago, parte do qual alvo de acções de restauro nos últimos vinte e cinco anos. Uma parcela daqueles instrumentos deve-se aos dois mais proeminentes construtores de órgãos em Portugal no final do século XVIII e início do século XIX: Joaquim António Peres Fontanes e António Xavier Machado e Cerveira. Após a importação de instrumentos destes organeiros, assistiu-se, nos Açores de oitocentos, à acção de construtores autóctones que perpetuaram a tradição da organaria nacional, muito depois desta ter praticamente desaparecido no continente. Esta profícua produção organeira ao longo de um século foi acompanhada por uma intensa actividade musical sacra em torno do órgão, inclusivamente com repertório escrito nos Açores, âmbito onde sobressai a figura de Joaquim Silvestre Serrão. Para além do estudo dos próprios instrumentos, o presente trabalho de investigação inclui a recolha de fontes documentais referentes à aquisição dos instrumentos e à sua função e actividade na prática musical sacra açoriana entre 1780 e 1892, assim como de fontes musicais do mesmo período. A comparação das especificificidades técnicas dos diferentes instrumentos e a análise da informação documental permite esboçar uma importante fase da história do órgão nos Açores.
Original language | Portuguese |
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Qualification | Doctor of Philosophy |
Supervisors/Advisors |
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Award date | 27 Jun 2018 |
Publication status | Published - 2018 |