Abstract
ST 004 Sessão 5 (28/07/2017 14:00 à 18:00)
A proposta apresentada pretende contribuir ao debate sobre o enorme impacto que tiveram os algodões pintados da Índia no exterior, a partir do século XVI. Nos últimos anos, o crescente interesse que este tema gerou entre historiadores de todo o mundo levou a que alguns autores, como Girgio Riello, tivessem considerado a sua circulação como um fator capaz de influenciar as técnicas de produção, o consumo e o gosto em vários pontos do globo. Apesar disso, essas investigações não incorporaram ainda o contexto americano e, sobretudo, os fluxos comerciais que tiveram lugar através do Pacífico.
A situação referida tem repercutido numa visão circunscrita da circulação dos mencionados algodões ou das suas imitações, classificando o Novo Mundo como uma área marginal dentro destes fenómenos. Tantas vezes considerado como mero produtor de matéria prima ou consumidor das interpretações europeias desses tecidos, esta região é contemplada apenas no âmbito do comercio triangular pelo Atlântico, enfocando-se essencialmente no Brasil. Assim se
tem ignorado o papel central da Nova Espanha como eixo de conexão entre a Ásia e a Europa dentro do Império Espanhol, desconsiderando o grande volume de tecidos e roupas que o Galeão de Manila carregava todos os anos até Acapulco.
Os aspectos mencionados tiveram como consequência a ausência do Pacífico e das suas interrelações nos grandes debates em torno à história global. Nesse sentido cabe referir as interações comerciais diretas e indiretas de Manila com
distintos portos asiáticos, bem como os desdobramentos desse comercio a partir do vice-reino.
Se uma parte dessas mercadorias se destinava ao consumo interno, outra entrava nas redes de comercio exterior, enviando-se a outras províncias do império, assim americanas como europeias, através de redes de circulação legais e ilegais. Entre os têxteis, se encontrava um tipo de tecido de algodão pintado, designado nas fontes de "quimón", que disfrutou de uma amplia difusão.
Através da análise desse produto, designado com um vocábulo de origem japonesa, se tratará de destacar a influência das produções indianas na Nova Espanha, bem como as circunstâncias particulares em que esta região participou no processo de globalização da sua produção, comercio e consumo.
A proposta apresentada pretende contribuir ao debate sobre o enorme impacto que tiveram os algodões pintados da Índia no exterior, a partir do século XVI. Nos últimos anos, o crescente interesse que este tema gerou entre historiadores de todo o mundo levou a que alguns autores, como Girgio Riello, tivessem considerado a sua circulação como um fator capaz de influenciar as técnicas de produção, o consumo e o gosto em vários pontos do globo. Apesar disso, essas investigações não incorporaram ainda o contexto americano e, sobretudo, os fluxos comerciais que tiveram lugar através do Pacífico.
A situação referida tem repercutido numa visão circunscrita da circulação dos mencionados algodões ou das suas imitações, classificando o Novo Mundo como uma área marginal dentro destes fenómenos. Tantas vezes considerado como mero produtor de matéria prima ou consumidor das interpretações europeias desses tecidos, esta região é contemplada apenas no âmbito do comercio triangular pelo Atlântico, enfocando-se essencialmente no Brasil. Assim se
tem ignorado o papel central da Nova Espanha como eixo de conexão entre a Ásia e a Europa dentro do Império Espanhol, desconsiderando o grande volume de tecidos e roupas que o Galeão de Manila carregava todos os anos até Acapulco.
Os aspectos mencionados tiveram como consequência a ausência do Pacífico e das suas interrelações nos grandes debates em torno à história global. Nesse sentido cabe referir as interações comerciais diretas e indiretas de Manila com
distintos portos asiáticos, bem como os desdobramentos desse comercio a partir do vice-reino.
Se uma parte dessas mercadorias se destinava ao consumo interno, outra entrava nas redes de comercio exterior, enviando-se a outras províncias do império, assim americanas como europeias, através de redes de circulação legais e ilegais. Entre os têxteis, se encontrava um tipo de tecido de algodão pintado, designado nas fontes de "quimón", que disfrutou de uma amplia difusão.
Através da análise desse produto, designado com um vocábulo de origem japonesa, se tratará de destacar a influência das produções indianas na Nova Espanha, bem como as circunstâncias particulares em que esta região participou no processo de globalização da sua produção, comercio e consumo.
Original language | Portuguese |
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Pages | online |
Publication status | Published - 2017 |
Event | Simpósio Nacional de História - Universidade de Brasília, Brasília, Brazil Duration: 24 Jul 2017 → 28 Jul 2017 Conference number: XXIX http://www.snh2017.anpuh.org/site/capa |
Conference
Conference | Simpósio Nacional de História |
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Country/Territory | Brazil |
City | Brasília |
Period | 24/07/17 → 28/07/17 |
Internet address |
Keywords
- «Quimón»
- Algodões pintados da Ásia
- Comércio
- Nova Espanha
- Período Moderno
- Globalização da produção