Abstract
O “paradoxo da liberdade” consiste em esta só poder ser atingida através da obediência, a qual é vista frequentemente como o contrário da liberdade. Neste artigo, demonstrar-se-á que o paradoxo começa por nascer em Maquiavel, o qual, porém, deixa-o em aberto ao colocar a liberdade tão-só dentro de um contexto de governação. Spinoza, contudo, dará um passo em frente na sua abordagem à liberdade política. Ele aborda esta problemática diretamente nos seus dois tratados políticos (o TTP e o TP) e ambos expressam o mesmo entendimento da liberdade, embora através de diferentes instâncias terminológicas. A solução spinozana combina um conjunto de critérios variados para a determinação da liberdade política, tanto da perspectiva do indivíduo como da perspectiva do Estado. Todavia, a sua combinação não é simples cumulação, mas sim uma complexa escala permitindo medir a liberdade em graus. Dessa maneira, Spinoza consegue fazer com que diferentes tipos de liberdade se compatibilizem com diferentes tipos de obediência.
Original language | Portuguese |
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Pages (from-to) | 139-163 |
Number of pages | 24 |
Journal | Cadernos Espinosanos |
Volume | 32 |
DOIs | |
Publication status | Published - 2015 |
Keywords
- Spinoza, paradoxo, liberdade política, obediência, Maquiavel