O Impacto da Crise de 1929 e da Grande Depressão no Algarve (1930-1939)

Research output: Contribution to journalArticlepeer-review

Abstract

A crise económica despoletada com o crash da Bolsa de Nova Iorque em Outubro de 1929 e as suas consequências, embora sem as proporções desastrosas de outros países, não deixaria incólume a economia do Algarve. Estudaremos o grau de impacto em sectores essenciais, como a
indústria de conservas de peixe (sardinha e atum), a indústria da cortiça, os frutos secos, designadamente o figo, e o próprio sistema bancário. Consequências: fábricas encerradas, desemprego e fome. Aliás, fenómenos económicos e sociais que eram comuns no Algarve. Embora nunca tendo alcançado os níveis de desemprego de outros países, a região também sofreria a dramática chaga social, flutuante consoante a época do ano. A correspondência do Governador Civil, os relatórios da PSP, do Banco de Portugal e a própria imprensa, narravam a crise económica e social da região e as parcas medidas de auxílio para a abrandar. A resposta à crise de trabalho assentaria essencialmente numa política de obras públicas que teve em Duarte Pacheco o seu mentor - Ministro das Obras Públicas e Comunicações (1932-1935/1938-1943) - e ao qual se deve a criação do Comissariado de Desemprego e do Fundo de Desemprego. A ascensão de Salazar e a institucionalização do Estado Novo, conduzirão ao Corporativismo/Cartelização, traduzido na aprovação do Estatuto do Trabalho Nacional, influenciado pela Carta del Lavoro, do
fascismo italiano, constituindo a base do sistema corporativo português (Grémios e Sindicatos Nacionais). Os movimentos de contestação também se fariam sentir no Algarve - exemplo paradigmático foi a «greve geral revolucionária», em Silves (18-01-1934).
Original languagePortuguese
Pages (from-to)203-237
Number of pages35
JournalAnais do Município de Faro
VolumeXLII
Publication statusPublished - 2020

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