Abstract
O escorpião foi um símbolo zoomórfico profusamente representado na arte mesopotâmica, no tempo longo, encontrando-se associado a ideias de renovação, abundância e fertilidade. A sua natureza ctónica, assim como a sua ligação à constelação homónima, estabelecida desde cedo, dotaram este símbolo de profundas significâncias religiosas. Contudo, tradicionalmente, a historiografia tende a identificá-lo como símbolo divino, apenas a partir do II milénio a.C., como manifestação da deusa Išhara.
Recentes propostas académicas, porém, consideram que a insistência na presença de símbolos (fitomórficos, zoomórficos, astrais ou de outros objectos) nas fontes da “terra entre os rios” pode significar uma forma alternativa para representar as divindades mesopotâmicas, ultrapassando o mero valor de atributo ou emblema das mesmas.
Partindo destes pressupostos, e continuando o trabalho que temos vindo a desenvolver sobre a simbologia divina na glíptica do Diyala, propomos revisitar a presença deste animal, em exemplares datados para os períodos de Jamdat Nasr e Dinástico Inicial, focando especialmente no diálogo que o mesmo estabelece com os outros elementos iconográficos representados, assim como com os contextos específicos onde os objectos foram exumados. Esperamos, assim, que este estudo possa contribuir para a discussão em curso sobre as manifestações divinas mesopotâmicas.
Recentes propostas académicas, porém, consideram que a insistência na presença de símbolos (fitomórficos, zoomórficos, astrais ou de outros objectos) nas fontes da “terra entre os rios” pode significar uma forma alternativa para representar as divindades mesopotâmicas, ultrapassando o mero valor de atributo ou emblema das mesmas.
Partindo destes pressupostos, e continuando o trabalho que temos vindo a desenvolver sobre a simbologia divina na glíptica do Diyala, propomos revisitar a presença deste animal, em exemplares datados para os períodos de Jamdat Nasr e Dinástico Inicial, focando especialmente no diálogo que o mesmo estabelece com os outros elementos iconográficos representados, assim como com os contextos específicos onde os objectos foram exumados. Esperamos, assim, que este estudo possa contribuir para a discussão em curso sobre as manifestações divinas mesopotâmicas.
Translated title of the contribution | The scorpion as an ancient divine manifestation in Mesopotamia: its presence in the Diyala glyptic (c. 3150-2340 a.C.) |
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Original language | Portuguese |
Pages (from-to) | 53-79 |
Number of pages | 33 |
Journal | Cadmo: revista de história antiga |
Issue number | 30 |
Publication status | Published - 2021 |
Keywords
- Dinástico Inicial
- Símbolos divinos
- Divindades astrais
- Divindades ctónicas
- Jamdat-Nasr