Abstract
O “manhês” e o canto dirigido ao bebé mais do que a fala e o canto dirigidos a adultos, são capazes de captar a atenção da criança (Cooper, Abraham, Berman e Staska 1997; Fernald 1984; Fernald e Kuhl 1987; Nakata e Trehub 2004; Trainor 1996; Trehub e Trainor 1998). Durante o primeiro ano de vida, os bebês prestam especial atenção à forma global dos contornos tonais / melódicos tanto na fala quanto do canto (Fernald e Kuhl 1987; Trehub, Bull e Thorpe 1984). Esses contornos melódicos podem ser modulados pelas necessidades dos bebês expressas por sinais comportamentais. Diferentes contornos melódicos da voz materna favorecem as interações contingentes e a co-regulação emocional das díades mãe-bebê, apoiando as habilidades dos bebês para processar informações e autorregular seus estados e emoções (Papousek e Papousek 1981;
Shenfield, Trehub e Nakata 2003).
De acordo com nossos resultados, o gênero do bebê parece ter impacto nas características melódicas do canto materno. O canto materno dirigido a bebés do sexo feminino apresenta mais frases musicais ascendentes, enquanto o canto materno dirigido a bebés do sexo masculino é caracterizado por uma frequência maior de frases melódicas descendentes e sinusoidais. Também observamos que as mães de bebês do sexo masculino tendem a adotar um estilo de cantarolar improvisado de forma livre (predominantemente com contornos melódicos lineares), enquanto as mães de bebês do sexo feminino adotam um estilo de cantarolar baseado em melodias populares (principalmente com contornos melódicos crescentes). Provavelmente as mães modulam o seu canto em função do estado comportamental e de responsividade vocal do bebé Em relação à responsividade vocal dos bebés, encontramos uma proporção maior de
vocalizações sobrepostas durante as vocalizações maternas em forma de sino do que durante os contornos melódicos em forma de U. Além disso, mais vocalizações sobrepostas em bebés do sexo feminino foram encontradas durante os contornos melódicos ascendentes, em forma de U e sinusoidal.
Shenfield, Trehub e Nakata 2003).
De acordo com nossos resultados, o gênero do bebê parece ter impacto nas características melódicas do canto materno. O canto materno dirigido a bebés do sexo feminino apresenta mais frases musicais ascendentes, enquanto o canto materno dirigido a bebés do sexo masculino é caracterizado por uma frequência maior de frases melódicas descendentes e sinusoidais. Também observamos que as mães de bebês do sexo masculino tendem a adotar um estilo de cantarolar improvisado de forma livre (predominantemente com contornos melódicos lineares), enquanto as mães de bebês do sexo feminino adotam um estilo de cantarolar baseado em melodias populares (principalmente com contornos melódicos crescentes). Provavelmente as mães modulam o seu canto em função do estado comportamental e de responsividade vocal do bebé Em relação à responsividade vocal dos bebés, encontramos uma proporção maior de
vocalizações sobrepostas durante as vocalizações maternas em forma de sino do que durante os contornos melódicos em forma de U. Além disso, mais vocalizações sobrepostas em bebés do sexo feminino foram encontradas durante os contornos melódicos ascendentes, em forma de U e sinusoidal.
| Original language | Portuguese |
|---|---|
| Title of host publication | Bebê, Corpo e Ação |
| Subtitle of host publication | na Relação Intersubjetiva |
| Editors | Erika Parlato-Oliveira, Colyn Trevarthen |
| Place of Publication | São Paulo |
| Publisher | Instituto Langage |
| Chapter | 2 |
| Pages | 143-153 |
| Number of pages | 10 |
| Volume | 3 |
| Edition | 1ª |
| ISBN (Print) | 978-65-86160-12-3 |
| Publication status | Published - 2021 |