Abstract
Durante os primeiros 60 anos do século XIX o número de crianças abandonadas em Portugal aumentou dramaticamente, dada a aceitação jurídica da exposição anónima infantil. Tentando combater esta hecatombe e a elevada mortalidade destes menores, iniciaram-se debates que conduziram a uma alteração na política assistencial. Em 1867 decretou-se a abolição da roda, símbolo do abandono anónimo – restringiram-se as admissões, impôs-se a identificação parental e generalizaram-se os subsídios de lactação. Em 1870, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), instituição responsável pelos expostos da capital,
seguiu esta tendência e encerrou a sua roda.
Este estudo pretende reflectir sobre o abandono infantil antes e após o encerramento da roda em Lisboa, atestado as suas continuidades e rupturas (1850-1900) com base numa análise qualitativa, quantitativa e utilizando um Sistema de Informação Geográfica (SIG). Houve uma mudança institucional. Contudo, a grande diferença reside nos números, que reflectem o sucesso da ruptura legislativa
seguiu esta tendência e encerrou a sua roda.
Este estudo pretende reflectir sobre o abandono infantil antes e após o encerramento da roda em Lisboa, atestado as suas continuidades e rupturas (1850-1900) com base numa análise qualitativa, quantitativa e utilizando um Sistema de Informação Geográfica (SIG). Houve uma mudança institucional. Contudo, a grande diferença reside nos números, que reflectem o sucesso da ruptura legislativa
Original language | Portuguese |
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Pages (from-to) | 101-134 |
Number of pages | 33 |
Journal | Revista de Demografia Histórica |
Volume | XXXV |
Issue number | II |
Publication status | Published - 2017 |
Keywords
- História Contemporânea
- História Social e das Mentalidades
- Abandono infantil
- Roda dos expostos
- Lisboa
- Santa Casa da Misericórdia de Lisboa