Abstract
A economia do Brasil colonial é um tópico constantemente visitado pelas historiografias brasileira e brasilianista. Dos balanços sobre o tema, um exemplo de destaque é apresentação que J. Fragoso e M. Florentino (2001) fazem dos modelos explicativos da economia colonial elaborados por C. Prado Jr., C. Furtado, F. Novais, C. F. Cardoso e J. Gorender. Nesse trabalho, Fragoso e Florentino recuperam os pontos fortes de cada interpretação, mas também apontam suas fraquezas e inconsistências. Com esse movimento, a dupla de historiadores tanto presta homenagens aos seus antecessores quanto procura se diferenciar deles. Seu propósito é demonstrar que os modelos anteriores, embora relevantes, falham em explicar uma série de problemas levantados
pelas pesquisas da dupla. Como qualquer historiador faria, eles se apropriam daquilo que lhes é útil na historiografia e se afastam do que não é, sempre tendo como foco compreender melhor a economia colonial. Geralmente, a produção contemporânea sobre o assunto adota estratégias semelhantes: o problema central é a economia do passado e os debates sobre os modelos explicativos são um caminho para acessar tal problema.
Exemplos incluem: os estudos de J. Pires e I. da Costa (1995, 2000), as críticas de E. Mariutti (2001) a Fragoso e Florentino, os artigos de F. Pesavento e T. Gil (2005) e de J. P. de Souza (2008) ou desenvolvimentos posteriores das ideias de J. Fragoso (2012). Todos esses textos discutem os modelos explicativos, debatendo e buscando superar a historiografia prévia, para finalmente apresentar maneiras mais consistentes de se compreender a economia colonial.
Em diálogo com essa produção, mas invertendo suas prioridades, iniciei uma
pesquisa sobre os modelos explicativos em questão na qual a economia colonial, em vez de ser o objeto principal, é tomada como acesso para se discutir a produção historiográfica. O primeiro objetivo dessa pesquisa é investigar o desenvolvimento e consolidação de cada modelo, as críticas e reformulações que sofreram, as eventuais superações impostas por interpretações mais sofisticadas e, inclusive, possíveis retornos promovidos por novas perspetivas. O segundo objetivo é examinar os emaranhamentos desses modelos com o pensamento econômico e com as políticas econômicas brasileiras de cada contexto, em especial os planos econômicos. A partir das tradições da história da historiografia e da sociologia dos intelectuais, a intenção é abordar esses problemas a partir de uma entrada dupla, que examine os modelos tanto de acordo com os debates intelectuais correspondentes quanto em função das condições sociais de sua produção e circulação. Com o intuito de refinar o desenho da pesquisa, a proposta desta comunicação é discutir as problemáticas, a metodologia e os instrumentais teóricos adotados no projeto em questão.
pelas pesquisas da dupla. Como qualquer historiador faria, eles se apropriam daquilo que lhes é útil na historiografia e se afastam do que não é, sempre tendo como foco compreender melhor a economia colonial. Geralmente, a produção contemporânea sobre o assunto adota estratégias semelhantes: o problema central é a economia do passado e os debates sobre os modelos explicativos são um caminho para acessar tal problema.
Exemplos incluem: os estudos de J. Pires e I. da Costa (1995, 2000), as críticas de E. Mariutti (2001) a Fragoso e Florentino, os artigos de F. Pesavento e T. Gil (2005) e de J. P. de Souza (2008) ou desenvolvimentos posteriores das ideias de J. Fragoso (2012). Todos esses textos discutem os modelos explicativos, debatendo e buscando superar a historiografia prévia, para finalmente apresentar maneiras mais consistentes de se compreender a economia colonial.
Em diálogo com essa produção, mas invertendo suas prioridades, iniciei uma
pesquisa sobre os modelos explicativos em questão na qual a economia colonial, em vez de ser o objeto principal, é tomada como acesso para se discutir a produção historiográfica. O primeiro objetivo dessa pesquisa é investigar o desenvolvimento e consolidação de cada modelo, as críticas e reformulações que sofreram, as eventuais superações impostas por interpretações mais sofisticadas e, inclusive, possíveis retornos promovidos por novas perspetivas. O segundo objetivo é examinar os emaranhamentos desses modelos com o pensamento econômico e com as políticas econômicas brasileiras de cada contexto, em especial os planos econômicos. A partir das tradições da história da historiografia e da sociologia dos intelectuais, a intenção é abordar esses problemas a partir de uma entrada dupla, que examine os modelos tanto de acordo com os debates intelectuais correspondentes quanto em função das condições sociais de sua produção e circulação. Com o intuito de refinar o desenho da pesquisa, a proposta desta comunicação é discutir as problemáticas, a metodologia e os instrumentais teóricos adotados no projeto em questão.
Original language | Portuguese |
---|---|
Title of host publication | Anais do 31º Simpósio Nacional de História |
Subtitle of host publication | história, verdade e tecnologia |
Editors | Márcia Maria Menendes Motta |
Place of Publication | São Paulo |
Publisher | ANPUH-SP |
Pages | 1-11 |
Number of pages | 11 |
ISBN (Electronic) | 978-65-995718-1-7 |
Publication status | Published - 2021 |
Event | 31º Simpósio Nacional de História: História, Verdade e Tecnologia - UERJ/UVA, Rio de Janeiro, Brazil Duration: 19 Jul 2021 → 23 Jul 2021 https://www.snh2021.anpuh.org/site/capa |
Other
Other | 31º Simpósio Nacional de História |
---|---|
Country/Territory | Brazil |
City | Rio de Janeiro |
Period | 19/07/21 → 23/07/21 |
Internet address |
Keywords
- Modelos explicativos da economia colonial brasileira
- Historiografia brasileira
- Pensamento econômico brasileiro