Metamorfoses da Cidade Portuária: transformações da relação entre a cidade e o porto de Lisboa

Research output: Contribution to journalArticlepeer-review

Abstract

O processo de evolução dos portos no período moderno tem sido determinado pela mutabilidade das funções portuárias, induzida por factores como as evoluções tecnológicas nos navios, nos equipamentos de apoio à movimentação de mercadorias ou nas técnicas de armazenagem, transformações nos padrões do comércio internacional, modificações na organização dos transportes marítimos ou alargamento e complexificação das cadeias logísticas globais. Como resultado destas mutações, assiste-se a uma concomitante evolução da estrutura, morfologia e extensão dos espaços ocupados por actividades portuárias e actividades complementares. Neste contexto, a relação entre o porto e a cidade de Lisboa (Portugal) é marcada por uma grande complexidade desde logo imprimida pela tradição histórica que a mesma encerra e pela magnitude e intensidade de um processo que envolve a principal infra-estrutura do sistema portuário nacional e a maior cidade do país. Note-se, porém, que de uma relação simbiótica cidade-porto, em que o porto exercia um papel estrutural na organização da cidade e das suas funções, evoluiu-se para uma relação em que a cidade, polarizadora do sistema urbano regional e principal elemento de integração nacional na rede urbana peninsular e europeia, se autonomiza e assume um carácter eminentemente generalista, economicamente diversificado e funcionalmente complexo. Não obstante esta evolução, o porto mantém-se como ponto nodal de integração da cidade-região em sistemas globais de fluxos materiais e imateriais. Tratando-se de um elemento progressivamente menos integrado na estrutura urbana e funcional da cidade, o porto contínua assim a marcar a cadência de importantes mutações e transformações. Com efeito, à luz de conceptualizações e sistematizações teóricas e da análise das evidências empíricas, analisa-se a evolução da relação entre o porto e a cidade de Lisboa (incidindo nas dimensões funcional, urbanística e económica) e apresenta-se um esquema de base para a definição de um modelo original que identifique, explique e caracterize as grandes fases desta dinâmica relacional.
Original languageUnknown
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JournalConfins – Revue Franco-Brésilienne de Géographie
Volume1
Issue numberNA
DOIs
Publication statusPublished - 1 Jan 2012

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