TY - JOUR
T1 - Memórias das trincheiras
T2 - os animais na literatura da grande guerra
AU - Neves, Márcia Liliana Seabra
N1 - info:eurepo/grantAgreement/FCT/SFRH/SFRH%2FBPD%2F80743%2F2011/PT#
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SFRH/BPD/80743/2011
UID/ELT/00657/2013
PY - 2018
Y1 - 2018
N2 - Embora até recentemente o homem tenha detido o papel principal nos relatos sobre a Grande Guerra, a verdade é que os animais também foram atores diretos desse cenário bélico. No entanto, o contributo do soldado não-humano parece ter sido relegado para os bastidores deste teatro apocalíptico até às últimas décadas do século 20, altura em que se assiste a uma verdadeira revolução do pensamento ocidental relativamente à condição animal e sua relação com o humano. Neste contexto, o crescente interesse teórico e crítico pela condição animal e a sua revalorização ético-científica lançaram um novo olhar – não especista, nem antropocêntrico – sobre a atuação militar destes heróis marginalizados e a sua relação com os seus companheiros humanos, com quem partilharam o inferno das trincheiras. Com efeito, os grandes discursos contemporâneos sobre a animalidade, centrados na renegociação da cartografia humano-animal a partir de um descentramento antropológico, propõem uma releitura simbólica da presença do animal da Grande Guerra, amplamente celebrada pelos soldados nos seus escritos memorialísticos, que compõem o abundante corpus de literatura testemunhal do pós-guerra.
AB - Embora até recentemente o homem tenha detido o papel principal nos relatos sobre a Grande Guerra, a verdade é que os animais também foram atores diretos desse cenário bélico. No entanto, o contributo do soldado não-humano parece ter sido relegado para os bastidores deste teatro apocalíptico até às últimas décadas do século 20, altura em que se assiste a uma verdadeira revolução do pensamento ocidental relativamente à condição animal e sua relação com o humano. Neste contexto, o crescente interesse teórico e crítico pela condição animal e a sua revalorização ético-científica lançaram um novo olhar – não especista, nem antropocêntrico – sobre a atuação militar destes heróis marginalizados e a sua relação com os seus companheiros humanos, com quem partilharam o inferno das trincheiras. Com efeito, os grandes discursos contemporâneos sobre a animalidade, centrados na renegociação da cartografia humano-animal a partir de um descentramento antropológico, propõem uma releitura simbólica da presença do animal da Grande Guerra, amplamente celebrada pelos soldados nos seus escritos memorialísticos, que compõem o abundante corpus de literatura testemunhal do pós-guerra.
KW - Primeira Guerra mundial
KW - Humanos
KW - Animais
KW - Trincheiras
KW - Memórias
U2 - 10.11606/issn.2175-3180.v10i19p39-58
DO - 10.11606/issn.2175-3180.v10i19p39-58
M3 - Article
SN - 2175-3180
VL - 10
SP - 39
EP - 58
JO - Desassossego
JF - Desassossego
IS - 19
ER -