Abstract
O problema da apatia política, sobretudo dos mais jovens, constitui-se atualmente como uma séria ameaça à
qualidade da democracia. À escola, como instância socializadora, é justamente pedido que trabalhe as
competências críticas dos mais jovens, bem como as suas capacidades de subir em generalização, ajudando-os
a ler o mundo. Contudo, o problema da apatia dos jovens estende-se às próprias atividades em comum
realizadas em contexto escolar. O problema coloca-se tanto a uma escala macro como micro. Com vista a
explorar as razões desta apatia, pretende-se dar conta neste artigo das tarefas que a educação pode ser
chamada a desempenhar para a melhoria da democracia. Neste sentido, por meio do recurso a material empírico
coletado em pesquisa em três escolas secundárias de Lisboa, mormente a partir de entrevistas semiestruturadas
e observação de atividades promovidas pelos próprios estudantes, os resultados sugerem uma pluralidade de
engajamentos e de relações com a política, correspondentes a uma diversidade de tarefas que a escola pode vir
a desempenhar na formação política dos jovens. Assim, paralelamente à socialização política clássica,
descortina-se o engajamento por individuação, caracterizado essencialmente pela participação na vida da escola
e pela vontade de experimentação, e o engajamento por subjetivação, o qual se apresenta como uma
problematização da política centrada no aperfeiçoamento de si próprio. Estes engajamentos, componíveis entre
si, representam tanto diferentes formas de ser como quadros morais de avaliação e de ação. Eles dão conta de
um domínio alargado da política enquanto experiência de relação com o mundo.
qualidade da democracia. À escola, como instância socializadora, é justamente pedido que trabalhe as
competências críticas dos mais jovens, bem como as suas capacidades de subir em generalização, ajudando-os
a ler o mundo. Contudo, o problema da apatia dos jovens estende-se às próprias atividades em comum
realizadas em contexto escolar. O problema coloca-se tanto a uma escala macro como micro. Com vista a
explorar as razões desta apatia, pretende-se dar conta neste artigo das tarefas que a educação pode ser
chamada a desempenhar para a melhoria da democracia. Neste sentido, por meio do recurso a material empírico
coletado em pesquisa em três escolas secundárias de Lisboa, mormente a partir de entrevistas semiestruturadas
e observação de atividades promovidas pelos próprios estudantes, os resultados sugerem uma pluralidade de
engajamentos e de relações com a política, correspondentes a uma diversidade de tarefas que a escola pode vir
a desempenhar na formação política dos jovens. Assim, paralelamente à socialização política clássica,
descortina-se o engajamento por individuação, caracterizado essencialmente pela participação na vida da escola
e pela vontade de experimentação, e o engajamento por subjetivação, o qual se apresenta como uma
problematização da política centrada no aperfeiçoamento de si próprio. Estes engajamentos, componíveis entre
si, representam tanto diferentes formas de ser como quadros morais de avaliação e de ação. Eles dão conta de
um domínio alargado da política enquanto experiência de relação com o mundo.
Translated title of the contribution | To improve the world, the school and the self: The crisscrossing paths of youth experience |
---|---|
Original language | Portuguese |
Pages (from-to) | 413-433 |
Number of pages | 20 |
Journal | ETD - Educação Temática Digital |
Volume | 20 |
Issue number | 2 |
DOIs | |
Publication status | Published - 2018 |
Keywords
- Politics
- Education
- Young
- High school
- Great Lisbon
- Engagement processes