Abstract
Neste ensaio, proponho uma reflexão sobre os produtos da pandemia da COVID-19. Apoiando-me em depoimentos e expressões recolhidas durante uma etnografia que desenvolvi no Twitter, arrumei esses produtos em duas categorias: as teorizações sobre o SARS-CoV-2 e a subversão da estrutura.
Recorrendo à teoria da classificação dos eventos, de Leonard Schatzman e Anselm Strauss, e aos conceitos de significante maior e de excesso, de Gilles Deleuze, e de communitas, de Victor Turner, identifiquei e articulei elementos construídos por diversos agentes para pensar e agir sobre a pandemia
da COVID-19 e para exprimir os modos como o primeiro período de confinamento, decorrido em Portugal entre março e abril de 2020, foi vivido. Experienciando a sobreposição das suas rotinas e das datas especiais pela permanência do evento da pandemia, os participantes exprimiram as suas
inquietações e os seus temores e foram sentindo e testemunhando a irreversibilidade da mudança do mundo devido ao contágio
In this essay, I propose a reflection on the products of the COVID-19 pandemic. Supported on testimonies and expressions collected during an ethnography that I conducted on Twitter, I arranged these products in two categories: theories about the SARS-CoV-2 and the subversion of the structure. Resorting to Leonard Schatzman and Anselm Strauss’s the event classification theory, and Gilles Deleuze’s concepts of major signifier and excess, and Victor Turner’s communitas, I identified and articulated elements constructed by different agents to think and act on the COVID-19 pandemic and to express the ways in which the first period of confinement, which took place in Portugal between March and April 2020, was lived by them. Experiencing the overlapping of their routines and special dates due to the permanence of the pandemic event, participants expressed their concerns and fears and felt and witnessed the irreversibility of the change in the world due to contagion.
Recorrendo à teoria da classificação dos eventos, de Leonard Schatzman e Anselm Strauss, e aos conceitos de significante maior e de excesso, de Gilles Deleuze, e de communitas, de Victor Turner, identifiquei e articulei elementos construídos por diversos agentes para pensar e agir sobre a pandemia
da COVID-19 e para exprimir os modos como o primeiro período de confinamento, decorrido em Portugal entre março e abril de 2020, foi vivido. Experienciando a sobreposição das suas rotinas e das datas especiais pela permanência do evento da pandemia, os participantes exprimiram as suas
inquietações e os seus temores e foram sentindo e testemunhando a irreversibilidade da mudança do mundo devido ao contágio
In this essay, I propose a reflection on the products of the COVID-19 pandemic. Supported on testimonies and expressions collected during an ethnography that I conducted on Twitter, I arranged these products in two categories: theories about the SARS-CoV-2 and the subversion of the structure. Resorting to Leonard Schatzman and Anselm Strauss’s the event classification theory, and Gilles Deleuze’s concepts of major signifier and excess, and Victor Turner’s communitas, I identified and articulated elements constructed by different agents to think and act on the COVID-19 pandemic and to express the ways in which the first period of confinement, which took place in Portugal between March and April 2020, was lived by them. Experiencing the overlapping of their routines and special dates due to the permanence of the pandemic event, participants expressed their concerns and fears and felt and witnessed the irreversibility of the change in the world due to contagion.
Translated title of the contribution | Accursed contagion: A twittethnography of confinement caused by COVID-19 |
---|---|
Original language | Portuguese |
Pages (from-to) | 33-71 |
Number of pages | 39 |
Journal | TAE - Trabalhos de Antropologia e Etnologia |
Volume | 61 |
Publication status | Published - 2021 |
Keywords
- Covid-19
- Lockdown
- Communitas
- Excess
- Confinamento
- Twitetnografia