Activities per year
Abstract
Nas décadas de 1910 e 1920, Lisboa testemunhou um florescimento sem precedentes do interesse pelos concertos sinfónicos públicos. No final de 1911, no então Teatro da República, foi estabelecida uma série de concertos por uma orquestra regida por Pedro Blanch, a qual manteria a sua actividade em séries anuais sucessivas até à sua dissolução em 1928. Entre algumas outras tentativas efémeras, destacou-se igualmente a série anual que se desenrolou a partir de 1913 no Teatro Politeama, dirigida inicialmente por David de Sousa, e após a morte deste por Viana da Mota (1918-1920) e Joaquim Fernandes Fão (1920-1925). Trata-se de um episódio central na história da música em Portugal, pelo impulso que se verificou no sentido da actualização da vida musical da capital, tendo estes concertos desempenhado, de facto, um papel importante na divulgação de um repertório orquestral bastante alargado e em grande parte ainda desconhecido do público.
Na viragem para a década de 1920, a vida concertística lisboeta assistiu a uma nova vaga de florescimento, beneficiando do contexto de retoma optimista que se observou a nível internacional após o término da Grande Guerra. Mas para além disso, esta actividade sinfónica também não deixou de estar envolvida — como aliás sucedia desde o início do novo regime — com o conturbado processo político que o país atravessava, da «República Nova» de Sidónio Pais, à «Nova República» que se lhe seguiu. É precisamente esse quadro que esta comunicação se propõe abordar, considerando o caso dos concertos sinfónicos do Teatro Politeama no período que medeia entre o golpe sidonista e os meados da década de 20, e dando ênfase em particular às relações que é possível identificar com o domínio politico-ideológico, no sentido de avaliar o modo como a actividade sinfónica em causa se constituía também como modo de legitimação de determinadas posições nesse campo.
Na viragem para a década de 1920, a vida concertística lisboeta assistiu a uma nova vaga de florescimento, beneficiando do contexto de retoma optimista que se observou a nível internacional após o término da Grande Guerra. Mas para além disso, esta actividade sinfónica também não deixou de estar envolvida — como aliás sucedia desde o início do novo regime — com o conturbado processo político que o país atravessava, da «República Nova» de Sidónio Pais, à «Nova República» que se lhe seguiu. É precisamente esse quadro que esta comunicação se propõe abordar, considerando o caso dos concertos sinfónicos do Teatro Politeama no período que medeia entre o golpe sidonista e os meados da década de 20, e dando ênfase em particular às relações que é possível identificar com o domínio politico-ideológico, no sentido de avaliar o modo como a actividade sinfónica em causa se constituía também como modo de legitimação de determinadas posições nesse campo.
Original language | Portuguese |
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Pages | 59-60 |
Number of pages | 2 |
Publication status | Published - 2019 |
Event | ENIM 2019 – IX Encontro de Investigação em Música - SPIM / Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, Portugal Duration: 14 Nov 2019 → 16 Nov 2019 |
Conference
Conference | ENIM 2019 – IX Encontro de Investigação em Música |
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Country/Territory | Portugal |
City | Lisboa |
Period | 14/11/19 → 16/11/19 |
Keywords
- I República portuguesa
- História da música em Portugal
- Música e política
- Discurso
- Recepção
- Música sinfónica
- Programação de concertos
- Sidonismo
- Teatro Politeama
- Ascismo
Activities
- 1 Oral presentation
-
Música e política no Teatro Politeama: do sidonismo aos anos do pós-guerra
Luís Miguel Lopes dos Santos (Speaker)
14 Nov 2019 → 16 Nov 2019Activity: Talk or presentation › Oral presentation