Abstract
Neste texto analisa-se o alcance educativo e sociocultural das bibliotecas ao ar livre na Lisboa novecentista, expoente em Portugal duma tendência internacional de modernização dos serviços bibliotecários. Expõem-se os limites da modernidade cultural numa sociedade em que a democratização educativa e cultural foi muito constrita e lenta mas na qual as sociabilidades de rua, as experiências educativas e o dinamismo sociocultural urbano foram amiúde expressivos. Verifica-se ainda como a função educativa da biblioteca teve sentidos distintos, consoante as concepções político-ideológicas dominantes, passando-se do potencial progressista e emancipatório do período republicano para a tónica na censura e no controle ideológico durante a ditadura salazarista. A ânsia de domesticação, pelas autoridades, de grupos de leitores emergentes enfrentou opções inexoráveis, pela imprensa e por uma leitura mais recreativa e ligada à indústria cultural ocidental. Ademais, a frequência destes espaços extra-domésticos contribuiu para a paulatina libertação feminina do patriarcalismo, plenamente assumida no pós-ditadura.
Translated title of the contribution | Lisbon, open and closed city: of the new readings in public spaces |
---|---|
Original language | Portuguese |
Pages (from-to) | 148-179 |
Number of pages | 31 |
Journal | IMPOSSIBILIA-REVISTA INTERNACIONAL DE ESTUDIOS LITERARIOS |
Issue number | 17 |
DOIs | |
Publication status | Published - May 2019 |
Keywords
- open-air libraries
- censorship
- cultural imaginary
- cultural modernity
- cultural policy
- democratization of education and culture
- history of reading
- mass culture
- nationalism
- popular education