Abstract
Este artigo pretende dar conta de uma faceta pouco explorada, sobretudo em Portugal, no que respeita aos estudos sobre a mulher: a relação entre a problemática das mulheres e a linguagem. A este respeito, no âmbito dos estudos feministas, podem destacar-se pontos de vista que sustentam a hipótese de uma “escrita de mulheres” (Collin 1981) ou mesmo de uma linguagem “feminina”, em que o discurso de uma mulher “implica investimento da pessoa toda” (Pintasilgo 1981, 1988).
A análise que se apresenta pretende atestar se, da perspetiva linguística, essas premissas encontram algum fundamento, propondo-se analisar o modo como as mulheres, enquanto instâncias produtoras em posição de destaque, se representam linguisticamente – ou seja, se a tendência é (ou não) para um discurso implicado.
A análise orientou-se pelos pressupostos teórico-metodológicos do Interacionismo Sociodiscursivo, tendo como suporte o conceito de folhado textual (Bronckart 1999, 2006, 2008), especificamente no que respeita à camada que integra os instrumentos que permitem aferir o grau de implicação no texto: os tipos de discurso e, consequentemente, os mecanismos de implicação.
Para a análise, extraíram-se quatro textos de um corpus amplo, que configuram discursos políticos de tomada de posse, com o intuito de localizar marcas linguísticas que permitam verificar como se distribuem e orquestram os tipos de discurso no texto; como determinam o grau de implicação das instâncias produtoras femininas; e quais as implicações desses mecanismos para a construção e configuração da enunciação de mulheres, numa lógica (social) de género.
Esta análise constituiu uma abordagem exploratória. Não obstante, as conclusões provisórias, ainda que carecendo de um estudo comparativo, são significativas: com efeito, tendo sido atestados diferentes posicionamentos enunciativos, o facto de se observarem valores altos, relativamente às formas de implicação, faz prever a possibilidade de se confirmar a forte e atestada implicação da instância produtora feminina no texto.
A análise que se apresenta pretende atestar se, da perspetiva linguística, essas premissas encontram algum fundamento, propondo-se analisar o modo como as mulheres, enquanto instâncias produtoras em posição de destaque, se representam linguisticamente – ou seja, se a tendência é (ou não) para um discurso implicado.
A análise orientou-se pelos pressupostos teórico-metodológicos do Interacionismo Sociodiscursivo, tendo como suporte o conceito de folhado textual (Bronckart 1999, 2006, 2008), especificamente no que respeita à camada que integra os instrumentos que permitem aferir o grau de implicação no texto: os tipos de discurso e, consequentemente, os mecanismos de implicação.
Para a análise, extraíram-se quatro textos de um corpus amplo, que configuram discursos políticos de tomada de posse, com o intuito de localizar marcas linguísticas que permitam verificar como se distribuem e orquestram os tipos de discurso no texto; como determinam o grau de implicação das instâncias produtoras femininas; e quais as implicações desses mecanismos para a construção e configuração da enunciação de mulheres, numa lógica (social) de género.
Esta análise constituiu uma abordagem exploratória. Não obstante, as conclusões provisórias, ainda que carecendo de um estudo comparativo, são significativas: com efeito, tendo sido atestados diferentes posicionamentos enunciativos, o facto de se observarem valores altos, relativamente às formas de implicação, faz prever a possibilidade de se confirmar a forte e atestada implicação da instância produtora feminina no texto.
Original language | Portuguese |
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Title of host publication | Textos Selecionados do XIII e XIV Fórum de Partilha Linguística |
Editors | Chiara Barbero, Margarida Tomaz |
Place of Publication | Lisboa |
Publisher | NOVA FCSH/CLUNL |
Pages | 31-43 |
Number of pages | 13 |
ISBN (Electronic) | 978-972-9347-38-2 |
DOIs | |
Publication status | Published - 2021 |
Keywords
- Mecanismos de implicação
- Tipos de discurso
- Linguagem
- Mulheres
- Posição de destaque