Lidar com a hesitação vacinal: Uma proposta para uma taxonomia de estratégias comunicativas

Research output: ThesisMaster's Thesis

Abstract

A hesitação vacinal representa um desafio significativo para os programas de imunização em todo o mundo. Mesmo com o reconhecimento das vacinas como uma das ferramentas mais eficazes na prevenção de doenças infecciosas, a hesitação em relação à sua aceitação tem levado a uma diminuição da cobertura vacinal e ao ressurgimento de doenças controladas anteriormente. Devido à diversidade de perspectivas e determinantes da hesitação vacinal, a comunicação estratégica se destaca como um fator-chave na gestão de saúde pública. O problema de pesquisa abordado neste estudo reside, sobretudo, na necessidade de organizar e facilitar a implementação de estratégias de comunicação que sejam eficazes para lidarem com esse fenômeno. Desta forma, os objetivos desta investigação se concentraram no mapeamento das estratégias anteriormente propostas por especialistas e, em seguida, na compreensão de seus propósitos-chave, fornecendo suporte para a implementação e avaliação de futuras intervenções. Para o efeito, foi elaborado uma taxonomia, com base na revisão sistemática de literatura de 52 estudos criteriosamente selecionados seguindo a metodologia estrutural delineada por Willis et al. (2013). A taxonomia construída resultou na captação de 31 intervenções, organizadas por tipos de mensagem, canal, formato, técnica ou emissor. Essa organização pretende facilitar a tomada de decisão na definição de estratégias e buscou oferecer uma visão abrangente ao permitir uma avaliação integrada de suas forças e fraquezas. Os resultados obtidos permitiram a obtenção de três principais conclusões. Em primeiro lugar, a necessidade de reunir e legitimar as preocupações do público, a partir de uma abordagem multidisciplinar e colaborativa. A comunicação eficaz sobre vacinas deve ir além da simples transmissão de informações, envolvendo um diálogo aberto para cultivar a confiança. Em segundo lugar, concluiu-se que uma abordagem integrada, que combina diferentes elementos da comunicação, emerge como uma técnica promissora para enfrentar a hesitação vacinal. Mensagens, canais, formatos, técnicas e emissores devem ser cuidadosamente considerados e adaptados às necessidades específicas da população-alvo e ao contexto local. Por fim, em terceiro lugar, a pesquisa destaca a importância de testar e adaptar estratégias de comunicação para garantir sua relevância e eficácia em diferentes contextos. Embora esta pesquisa represente um passo importante na compreensão e gestão da comunicação frente à hesitação vacinal, há limitações e desafios que precisam ser abordados em estudos futuros. Uma colaboração internacional, bem como promover a discussão com grupos de especialistas na temática, são essenciais para o aprimoramento da ferramenta, visando mapear estratégias inovadoras e progressistas que melhorem a comunicação de saúde pública sobre as vacinas e enfrentem eficazmente a hesitação vacinal em diferentes níveis e contextos.

Vaccine hesitancy poses a significant challenge to immunization programs worldwide. Despite vaccines being recognized as one of the most effective tools in preventing infectious diseases, reluctance towards accepting them has led to a decline in vaccination coverage and the resurgence of previously controlled diseases. Due to the diverse perspectives and factors influencing vaccine hesitancy, strategic communication emerges as a crucial factor in public health management. The research addressed in this study primarily focuses on the need to organize and facilitate the implementation of communication strategies effective in tackling this phenomenon. Hence, the objectives of this investigation were to map previously proposed strategies by experts and then understand their key purposes, providing support for implementing and evaluating futures interventions. To achieve this, a conceptual model - termed as taxonomy - was developed based on a systematic literature review of 52 studies carefully selected following the structural methodology outlined by Willis et al. (2013). The taxonomy resulted in the capture of 31 interventions, organized by types of message, channel, format, technique, or sender. This organization aims to streamline decision-making in defining strategies and offers a comprehensive view by enabling an integrated assessment of their strengths and weaknesses. The results yielded three main conclusions. Firstly, there's a need to gather and validate public concerns through a multidisciplinary and collaborative approach. Effective vaccine communication should involve more than just transmitting information; it should foster open dialogue to build trust. Secondly, an integrated approach that combines various communication elements emerges as a promising technique to address vaccine hesitancy. Messages, channels, formats, techniques, and senders should all be carefully considered and tailored to the specific needs of the target population and local context. Lastly, the research underscores the importance of testing and adapting communication strategies to ensure their relevance and effectiveness in different contexts. While this research marks a significant step towards understanding and managing communication amidst vaccine hesitancy, there are limitations and challenges that need addressing in future studies. International collaboration, along with fostering discussions with expert groups on the subject, is vital for enhancing the tool. This aims to map out innovative and progressive strategies that enhance public health communication about vaccines and effectively tackle vaccine hesitancy.
Original languagePortuguese
QualificationMaster of Philosophy
Awarding Institution
  • Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH)
Supervisors/Advisors
  • Rossi, Maria Grazia, Supervisor
Award date23 Jul 2024
Publication statusPublished - 2024

Keywords

  • Comunicação em saúde
  • Hesitação vacinal
  • Intervenções de comunicação para vacina
  • Confiança nas vacinas
  • Gestão estratégica da comunicação
  • Health communication
  • Vaccine hesitancy
  • Vaccine communication interventions
  • Vaccine confidence
  • Strategic communication management

Cite this